Algumas medalhas de ouro em Pan significam mais do que medalhas de ouro de Pan, seja pela dramaticidade, seja pelo que sinalizam para o futuro. Maurren Maggi, operada no joelho direito em setembro do ano passado, provou que tem condições de almejar o bicampeonato olímpico no salto em distância. Afinal, venceu nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara com 6,94 metros, marca superior, inclusive, à da campeã mundial em Daegu, na Coreia do Sul - a norte-americana Brittney Reese saltou 6,82 metros em setembro. "Tem muita coisa para acontecer. Estou inteira, estou inteiraça, e com confiança para buscar o bicampeonato em Londres", avisou a brasileira, após a vitória na noite de quarta-feira.
No Mundial, Maurren foi um fiasco: ficou em 11º lugar, com 6,17 metros. Antes mesmo da disputa em Daegu, já dissera que o Pan era a sua prioridade. De fato, a saltadora tem um carinho especial pela competição continental. Foi na edição de Winnipeg, em 1999, que ela se tornou nacionalmente conhecida, graças ao ouro conquistado no salto em distância e à prata nos 100 metros com barreiras. Depois de cumprir suspensão por doping, o que a tirou do Pan de 2003, em Santo Domingo, o título no Pan do Rio, em 2007, marcou o seu retorno.
Não por acaso, Maurren carregou as duas medalhas de ouro do Pan como amuleto na viagem. Estavam na mochila de sua treinadora, Tânia de Paula Moura. Empolgada, a saltadora, apesar dos 35 anos, não está disposta a dizer adeus aos Jogos Pan-Americanos. "Vou até Toronto (próxima edição do evento, em 2015). Foi no Canadá que eu comecei (em Winnipeg) e é lá que vou terminar", avisou a atual campeã olímpica.
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Nélio do Prado Moura, o principal treinador de Maurren, explicou por que os Jogos Pan-Americanos foram colocados em primeiro plano nesta temporada. "Tínhamos mais tempo de preparação para o Pan, depois da sua cirurgia. Era mais provável um grande resultado aqui do que no Mundial", justificou.