"Vai ser muito difícil, o time da Alemanha é muito bom, para ganhar deles, teremos que jogar com perfeição", a frase de Roberto Paniagua, antes do início da partida, já indicava que, apesar de eufóricos e confiantes para a conquista do tricampeonato mundial, os argentinos sabiam que teriam um desafio muito duro pela frente na final da Copa do Mundo. Reunidos no restaurante Terra del Fuego, tradicional reduto da comunidade portenha na cidade, os argentinos de Curitiba torceram muito, ficaram frustrados com o resultado, mas comemoraram a boa e surpreendente campanha da seleção no mundial do Brasil.
"Jogamos bem, com muita inteligência. Defendemos bem, anulamos as principais jogadas da Alemanha e tivemos, até, algumas chances de ganhar o jogo. Mas faltou o gol. E eles fizeram. Na prorrogação, acho que pesou um pouco a questão física", disse Paniagua, que mora em Curitiba há quatro anos, quando decidiu viver com sua atual esposa, Vivian Bergamo, brasileira que conheceu no Paraguai.
Paniagua elogiou a Copa do Mundo no Brasil, disse que foi muito bem tratado pelos torcedores brasileiros, assim como todos seus amigos argentinos, mas se disse assustado com a importância exagerada que o Brasil dá ao futebol. "É um esporte, ganha-se e perde-se. A derrota do Brasil pareceu uma tragédia nacional. O povo brasileiro chorou mais a contusão do Neymar que a morte das pessoas na queda da Ponte em Belo Horizonte. Essa inversão de valores me assustou", disse.
Leia mais:
Moringão recebe Festival de Ginástica Rítmica de Londrina pela primeira vez
Equipe londrinense é campeã dos Jogos Abertos do Paraná em Apucarana
Apucarana recebe a fase final dos Jogos Abertos do Paraná a partir desta sexta
Atleta da Atril promove Oficinas de Atletismo para crianças no dia 8 de dezembro em Londrina
Tinha até brasileiro reforçando a torcida argentina. A educadora física Carolina Alves, de 24 anos, vestiu sua camisa azul e branca e foi ao restaurante torcer por Messi e companhia. "Eu torço para a Argentina desde pequena, uma paixão que não tem explicação. Sequer conheço a Argentina, mas sempre gostei deles. Minha melhor amiga é argentina e é a beleza física dos argentinos que me atrai", disse, revelando ter torcido contra o Brasil na Copa, por ser contra a realização do mundial no país e por entender que um eventual título pudesse mascarar alguns problemas do país. Questionada se o título da Argentina também não camuflaria os graves problemas do país vizinho,, ela concordou, "mas moro no Brasil, isso não me afeta". Roberto Panigua afirmou que a vitória da Argentina não teria influência política em sua terra. "Teria uma ou duas semanas de euforia e depois todos voltariam para seus problemas", disse.
Carlos Herrero e Roxana Gonzales, que moram há 5 anos em Curitiba, depois que Herrero foi transferido em seu trabalho em uma multinacional, também estavam confiantes antes do jogo. "São 28 anos sem ganhar um mundial. Hoje tem que ser nosso. Ganhamos quando tínhamos o melhor do mundo, Maradona. Agora, temos o Messi", disse Roxana. "Apostei várias Quilmes (cerveja argentina) com meus colegas brasileiros. Tudo no clima da amizade e da brincadeira. A Copa está muito legal", disse Carlos, que informou ter ido aos jogos em Curitiba. "Só faltou acabamento no estádio, que ficou pronto muito em cima da hora. Mas o resto foi perfeito. Até agora, a Copa merece nota 9, para ser 10, a Argentina precisa ganhar hoje" disse antes do jogo. Ficamos com a nota 9.