A esquiadora ucraniana Bogdana Matsotska, junto com seu pai e treinador Oleg Matsotskyy, abandonou a disputa dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia, em protesto contra as dezenas de mortes registradas nos últimos dias nos violentos confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Kiev, na Ucrânia. "Não vou competir enquanto as pessoas estão morrendo no meu país", explicou a atleta de 24 anos.
A crise na Ucrânia, que já dura cerca de três meses, ficou mais intensa nesta semana, após as forças de segurança tentarem esvaziar a Praça da Independência na capital Kiev - ou "Euromaidan" (Praça da Europa), como foi rebatizada pela oposição ao presidente do país, Viktor Yanukovych - com tanques e milhares de tropas antidistúrbio na última terça-feira. Desde então, os confrontos já provocaram a morte de pelo menos 50 pessoas.
Diante desse cenário assustador em seu país, Matsotska resolveu abandonar a disputa dos Jogos de Sochi. "Espero que eu seja ouvida pelo mundo", disse a esquiadora, ao anunciar sua decisão. Ela já tinha disputado duas provas de esqui alpino na competição - ficou em 27º lugar no Super-G e em 43º no Slalom Gigante - e ainda estava inscrita para competir no Slalom, marcado para acontece no domingo, último dia do evento na Rússia.
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A Ucrânia levou 43 atletas para os Jogos de Inverno, sendo que conquistou apenas uma medalha até agora: foi bronze com Vita Semerenko na prova do biatlo sprint. Presidente do Comitê Olímpico Ucraniano, o ex-atleta Sergei Bubka pediu para os integrantes da delegação continuarem em Sochi, numa demonstração de união, mas disse respeitar a decisão daqueles que optarem por abandonar a competição em razão da crise no país.