Um antigo ditado nos avisa para "não julgar pela aparência", mas o que os atletas brasileiros vão vestir durante a Olimpíada do Rio pode sim fazer a diferença na hora da competição. A partir desta semana, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estará recebendo as roupas com as quais os esportistas defenderão o País na competição. Os uniformes, desenvolvidos pela empresa Nike, prometem bem mais que apenas beleza plástica. A ideia é que o conjunto melhore a performance dos atletas.
A empresa norte-americana destaca duas tecnologias aplicadas aos uniformes do atletismo. A primeira é chamada de AeroSwift. Trata-se de um tecido simplificado, feito em poliéster reciclado, que promete minimizar o máximo possível o peso, fazendo o uniforme ser o "mais rápido já fabricado pela Nike", nas palavras do vice presidente global de design da marca, Ken Black. A segunda novidade que a empresa destaca é a AeroBlades.
Aplicado em áreas específicas, identificadas em testes no túnel de vento, reduz o atrito gerado, melhorando a circulação de ar no entorno do atleta. "É algo jamais atingido em qualquer outro uniforme de atletismo da marca", diz Black.
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"O grande objetivo dos novos uniformes é ajudar no desempenho dos atletas. Desenvolvemos as peças em parceria com eles, para entender suas necessidades e, a partir disso, elaborar soluções que facilitem a busca por grandes resultados", afirma o executivo.
Diferentemente de 2012, quando os uniformes foram especialmente criados pensando em velocistas, este ano prometem ajudar em todos os tipos de corrida que serão disputados no Rio-2016. Do veloz 100 metros rasos às provas de média e longa distância, como a maratona.
A preocupação não é à toa. Da prova que exige mais velocidade à que demanda mais resistência, as diferenças entre a derrota e a vitória são cada vez menores. Em 2012, a diferença do primeiro ao terceiro lugar nos 100m rasos foi de apenas 0s16 e na maratona apenas 26 segundos separaram o ouro da prata.
"O maior desafio é, sem dúvida, estar atento aos mínimos detalhes. Sempre apresentamos novos tecidos, pesquisamos efeitos do vento durante a prova, estudamos a pisada mais eficiente", explica Ken Black. Essa preocupação vai da cabeça aos pés. Atrás dessa perfeição, os atletas brasileiros também terão uma nova meia de corrida: a Nike GRIP, que maximiza a aderência nas áreas que suportam o peso do pé, minimizando os deslizes na passada.
Entretanto, essas novidades não serão somente para os brasileiros. Além do Brasil, atletas da Alemanha, Estados Unidos, China e outros 10 países irão vestir o Nike Vapor (como é chamado o novo uniforme) na Olimpíada do Rio 2016. É claro que nenhum uniforme é capaz de conseguir medalha sem que o atleta que o está usando tenha condições de fazer sua parte.
OUTROS ESPORTES - Além do atletismo, o Nike Vapor com a tecnologia AeroSwift estará contribuindo no desempenho das equipes de basquete no Rio-2016. Interagindo com a primeira pele, o uniforme deve afastar o contato do suor com a pele. O resultado é um uniforme 35% mais respirável do que o usado em 2012, segundo a empresa. O futebol com o mesmo sistema deve ter uma camisa 10% mais leve.