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Maratona

Brasileiros listam dificuldades contra quenianos na São Silvestre

Agência Estado
30 dez 2014 às 20:57

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A cada ano aumenta a sofreguidão dos atletas locais, imbuídos da ingrata missão de dar ao Brasil uma vitória na São Silvestre. Desde 2010, quando Marilson Gomes dos Santos venceu, os corredores africanos dominam a prova. Na disputa feminina, o jejum brasileiro é ainda mais longo. A última vitória de uma corredora do País foi em 2006.

Novamente as maiores apostas do Brasil no masculino recaem sobre Giovani dos Santos. Já com cabelos brancos aos 33 anos de idade, o mineiro de Natércia nunca foi além da quarta colocação. Nos últimos três anos, ele tem chegado credenciado pela vitória na tradicional Volta da Pampulha, mas os resultados na corrida de Belo Horizonte não têm funcionado como referência de fato na São Silvestre, que tem nível mais elevado.

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"Na Volta da Pampulha correm bons africanos. Eles se cansam lá e na São Silvestre vêm outros, tão bons quantos eles e descansados. Nós, brasileiros, somos sempre os mesmos", constata Giovani.

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Um dado demonstra a dificuldade de enfrentar os corredores africanos. No Mundial de Meia Maratona de 2012, na Bulgária, Giovani conseguiu um resultado que poderia ser avaliado como bom, dependendo do prisma: foi o melhor corredor não-africano. Por outro lado, foi apenas o 14º na colocação geral.

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"Alguns brasileiros ficam satisfeitos em ser o melhor do País. Eu não trabalho para isso. Meu trabalho é voltado para enfrentar os africanos".


Campeã na Pampulha em sua primeira participação na prova de Belo Horizonte, Joziane da Silva Cardoso desponta como uma esperança nacional. Ela acha possível medir forças com as africanas, mas dá uma dimensão do drama. "Para onde você olha, estão brotando quenianas. É meio assustador".

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Sensível à pressão de treinadores e atletas brasileiros, a Confederação Brasileira de Atletismo estabeleceu limites para a participação de africanos. Numa prova como a São Silvestre, classificada como de nível A-1-Nacional, são permitidos até três atletas de cada país. O problema é que várias nações africanas apresentam atletas de excelente nível: além do Quênia, Etiópia, Tanzânia, Marrocos e Eritreia, entre outras.


"É bem complicado. Tem situações em que ficam quatro ou cinco africanos me espremendo, cada um para um lado. Se saio dali, logo encontro mais alguns. Mas fico satisfeito pela presença deles. Para mim, quando são anunciados grandes nomes, acho bom. Quero competir com os melhores, porque no exterior é assim", diz Giovani.

Outro agravante é a dificuldade para se fazer o chamado jogo de equipe. Alguns africanos costumam se revezar na função de puxar a prova, quebrando o ritmo dos brasileiros. "Não conseguimos fazer jogo de equipe entre os brasileiros. É chato falar, mas estou no mesmo nível em que o Marilson estava anos atrás, quando disputava a São Silvestre. Só tinha ele naquele nível. Hoje não existe outro brasileiro com condições iguais às minhas".


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