O destino do campeão olímpico Cesar Cielo está previsto para ser conhecido até sexta-feira depois que a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) realizou uma audiência especial nesta quarta-feira sobre o caso de doping do nadador brasileiro.
O painel da CAS foi especialmente montado para dar um veredicto sobre o caso antes do início da participação de Cielo no Mundial de Esportes Aquáticos, em Xangai. O brasileiro está programado para competir no revezamento 4x100 metros livre no domingo. Cielo também tem a esperança de defender seus títulos mundiais nos 50 e 100 metros livre, além de ter obtido índice para competir nos 50 metros borboleta.
A Federação Internacional de Natação (Fina) recorreu da decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de dar apenas uma advertência a Cielo depois que ele testou positivo para furosemida, um diurético proibido e que pode mascarar outras substâncias, durante o Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em maio.
Leia mais:
Moringão recebe Festival de Ginástica Rítmica de Londrina pela primeira vez
Equipe londrinense é campeã dos Jogos Abertos do Paraná em Apucarana
Apucarana recebe a fase final dos Jogos Abertos do Paraná a partir desta sexta
Atleta da Atril promove Oficinas de Atletismo para crianças no dia 8 de dezembro em Londrina
Cielo disse que consumiu a substância em um lote contaminado de um suplemento alimentar que ele usa regularmente. Ele pode ser suspenso por dois anos, de acordo com as regras da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Se Cielo for punido por mais de seis meses, o brasileiro não poderá defender o seu título olímpico nos Jogos de Londres, em 2012, de acordo com as atuais regras do Comitê Olímpico Internacional.
Outros três nadadores brasileiros - Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked - também deram positivo para furosemida e foram advertidos pela CBDA. Em um caso anterior, Waked foi suspenso por dois meses por doping. Todos os quatro nadadores participaram da audiência de quarta-feira na Universidade de Ciências Políticas e Direito de Xangai.
"Eu posso ver quando há doping real e isto não é, com certeza", disse Sandra Soldan, ex-triatleta e diretora-adjunta de doping da CBDA, que participou da audiência. "Há um problema na indústria de suplementos. Todos na medicina esportiva sabem sobre isto, 30% dos suplementos são contaminados com alguma coisa e isso é um problema real". "Todos os atletas usam suplementos nos dias de hoje. Para mim é muito claro".
O Brasil envia as suas amostras de exames antidoping a um laboratório de Montreal para análise, e foi no Canadá que os testes positivos foram descobertos, de acordo com Soldan. Um laboratório brasileiro então testou os suplementos fornecidos pelos atletas e encontrou traços de furosemida, segundo ela.
O diretor executivo da Fina, Cornel Marculescu, disse recentemente que os atletas são responsáveis por quaisquer suplementos que consomem, e explicou que a federação apelou porque "faltavam informações" no caso.
Cielo foi representado na audiência pelo advogado Howard Jacobs, enquanto a Fina contou com o advogado especializado em casos de doping, Jean-Pierre Morand. Anteriormente, Jacobs representou a nadadora norte-americana Jessica Hardy em um caso semelhante. Hardy deixou a equipe dos Estados Unidos antes dos Jogos de Pequim, em 2008, e posteriormente foi suspensa por um ano, apesar da CAS aceitar que ela não era culpada pelo consumo de um suplemento alimentar contaminado.
O painel da CAS foi composto pelo australiano Allan Sullivan, pelo suíço Oliver Carrard e pelo norte-americano Jeffrey Benz, que vão decidir até sexta-feira se Cielo será suspenso.