Existe um "forte indício" de que o número de envolvidos no maior escândalo de doping do atletismo brasileiro, divulgado no mês passado, pode crescer. Esta foi a conclusão inicial dos integrantes da comissão de inquérito administrativo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) depois da coleta dos primeiros depoimentos do caso. Tanto que nesta sexta-feira dois atletas que não tinham sido implicados anteriormente foram convocados a depor: José Carlos "Codó" Moreira e Ana Cláudia Lemos.
O médico Thomaz de Paiva, um dos integrantes da comissão da CBAt, disse que o pior de toda a situação não é o crescimento do número de possíveis implicados no caso. "Mas o fato de que a coisa aparentemente foi feita de forma planejada", explicou. Ele também revelou que o objetivo agora não é apenas punir os atletas que utilizaram doping. "Queremos achar o fundo do poço, saber de onde as substâncias estão vindo e coibir a atuação dos fornecedores."
Até agora, a comissão da CBAt já ouviu 12 atletas, incluindo os cinco que foram flagradas no exame antidoping realizado no dia 15 de junho: Jorge Célio, Bruno Lins, Lucimara Silvestre, Josiane Tito e Luciana França - todos eles confessaram o uso da substância proibida EPO e já foram suspensos por dois anos.
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Apesar de não terem tido resultado positivo no exame, Rodrigo Bargas e Evelyn dos Santos também teriam utilizado a substância proibida e já prestaram depoimento. Enquanto isso, os atletas Vanda Ferreira Gomes, Rafael da silva Ribeiro, Júlio César Ferreira da Silva, Sheila Juvelina Ferreira e Raphael Fernandes foram depor como testemunhas.
Nesta sexta-feira foi a vez do depoimento dos treinadores Jayme Netto Júnior e Inaldo Sena, responsáveis pelos cinco atletas flagrados em 15 de junho - ambos já confessaram participação. Mas o fisiologista Pedro Balikian Júnior, apontado pelos envolvidos como o fornecedor do doping, não apareceu para depor. "Ele poderia colocar todas as coisas a limpo", lamentou Thomaz de Paiva.