Lewis Hamilton levou um "puxão de orelha" do chefe da Mercedes, Toto Wolff, por reclamar das decisões da equipe no GP do Brasil de Fórmula 1, disputado no Autódromo de Interlagos, no domingo. O piloto inglês, o mais novo tricampeão da categoria, criticou a postura do time de não mudar a estratégia durante a corrida.
Hamilton largou da segunda posição no grid, atrás do companheiro Nico Rosberg, e não conseguiu ultrapassá-lo, apesar de exibir bom ritmo durante toda a prova. Na parte final da corrida, ele pediu aos dirigentes, pelo rádio, para mudar sua estratégia, com o objetivo de tentar algo novo para surpreender o piloto alemão. Mas ouviu um "não" como resposta.
Ao fim da prova, na entrevista coletiva, Hamilton reclamou da postura da equipe, que manteve a mesma estratégia para os dois pilotos. "Quando os dois pilotos têm a mesma estratégia, é como se tudo já estivesse pré-determinado", criticou o inglês, que sonhava em buscar sua primeira vitória em Interlagos, circuito onde brilhou seu ídolo Ayrton Senna.
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Para o piloto, somente uma estratégia diferente poderia criar oportunidade para chegar ao primeiro lugar. "Eu só não conseguia ultrapassar. É uma grande pista, mas você simplesmente não consegue chegar perto o suficiente para lutar", lamentou.
As reclamações não foram bem recebidas pela direção da Mercedes. Toto Wolff, chefe de equipe, repreendeu publicamente o tricampeão. "Temos os nossos princípios quando se trata de estratégia e eles existem desde 2013. Até agora funcionaram bem. Não vamos mudar isso", avisou.
Wolff explica que, de dentro do carro, o piloto não tem condições de estabelecer uma estratégia bem-sucedida. "No carro, você não vê o quadro todo. Em um momento da corrida, os pneus de Lewis já estavam acabando. Ele poderia até ter perdido a posição para Sebastian Vettel. Isso estava fora de questão", justificou o dirigente, que também é sócio da Mercedes.
Apesar de reprovar a atitude de Hamilton, Wolff disse compreender sua situação. "Claro que o piloto está empolgado dentro do carro, é compreensível", minimizou. "Se os pilotos começarem a decidir suas estratégias de dentro do carro, eles vão perder todas as corridas. Estratégia não é uma decisão baseada no instinto. Claro que às vezes o instinto pode estar certo. Mas sem ter todos os dados a sua disposição você irá mal na maioria das provas."
Diante das críticas de jornalistas e fãs, o dirigente disse que vê a Mercedes evoluindo em suas estratégias, em comparação com o que acontecia com as duplas de pilotos no passado recente da F1. "Nós fizemos uma grande mudança nesta situação. Antes as equipes tinham um piloto número 1 e o número 2 não tinha qualquer chance. Mudamos isso. E, acreditem, às vezes é bem difícil administrar o duelo entre os dois pilotos."
Com a vitória deste domingo, Nico Rosberg garantiu o vice-campeonato do Mundial de Pilotos. A Mercedes já havia conquistado anteriormente o Mundial de Construtores, como fizera no ano passado.