Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Imbróglio

Com ABCD suspensa, laboratório brasileiro perde clientes e sofre após Rio-2016

Agência Estado
06 mar 2017 às 12:47

Compartilhar notícia

Publicidade
Publicidade

O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) tem sentido o efeito negativo da suspensão da Autoridade Brasileira de Controle de Doping (ABCD) estabelecida pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Sem o órgão ligado ao Ministério do Esporte, o laboratório - construído ao custo de R$ 188 milhões e ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - perdeu o seu segundo maior cliente em potencial e encontra-se subutilizado, sofrendo para se sustentar desde o fim dos Jogos Olímpicos.

"Retirando-se vários custos periféricos, a quantidade mínima de análises para manter o laboratório seria de 16 mil amostras/ano", explica o professor Francisco Radler, diretor do LBCD. E complementa: "O custo de manutenção dos equipamentos, compra dos insumos e pequena parcela da força de trabalho precisaria ser, aos preços atuais, de aproximadamente R$ 940 por amostra de urina (análise de umas 600 substâncias por 4 métodos diferentes)".

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Enquanto o LBCD tenta trabalhar com os números mínimos e com recursos do governo federal para continuar funcionando, alguns laboratórios internacionais fazem de 35 a 45 mil análises por ano e, com a alta demanda, são capazes de oferecer preços mais atrativos. É o caso do UCLA Olympic Analytical Laboratory, de Los Angeles, que tem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entre os seus clientes.

Leia mais:

Imagem de destaque
Invicto

Londrina Bristlebacks busca título Brasileiro no futebol americano

Imagem de destaque
Spartans

Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes

Imagem de destaque
Alvo Run 2024

Corrida Pedestre reúne mais de 400 participantes em Alvorada do Sul

Imagem de destaque
Rainha

Hortência diz que não trabalhará no COB e pede mudança profunda no basquete


O futebol brasileiro testa 6.500 amostras por ano - 1.500 são enviadas para o laboratório de Lausanne, na Suíça, e as demais transportadas aos Estados Unidos. A cada 15 dias, um médico da equipe leva o material até o laboratório americano, ao custo de US$ 130 (R$ 405 na cotação atual) por amostra no perfil exigido pela Wada para a modalidade, com o acréscimo do valor de passagem aérea e hospedagem para uma pessoa. Na Europa, o preço cobrado é de 145 francos suíços (R$ 448).

Publicidade


"O custo do nosso laboratório sempre será maior que o custo do laboratório estrangeiro. Mas não posso trabalhar com números tão diferentes", diz Fernando Solera, presidente da comissão de controle antidoping da CBF. Segundo ele, a diferença de custo chegaria a R$ 1,8 milhão caso o futebol brasileiro optasse pelo LBCD hoje.


A negociação está em andamento desde o ano passado e, na última reunião entre Radler e Solera, na semana passada, alguns avanços foram feitos. Com o descredenciamento do laboratório colombiano desde 20 de fevereiro, o dirigente da CBF vê um caminho aberto para que todas as análises da América do Sul sejam levadas para o LBCD. Com o aumento do volume de testes, a proposta do laboratório brasileiro chega a R$ 616 por amostra.


"Essa diferença eu consigo administrar porque tem o preço da passagem, da viagem e do desgaste físico do médico que viaja com o material. Em uma reunião de diretoria, eu consigo mostrar que o laboratório brasileiro pode ser utilizado pela CBF", diz Solera. O encontro da cúpula da entidade deve ocorrer nesta semana, no Rio. "Tudo agora é uma questão do departamento financeiro da CBF colocar no papel e entender que vale a pena apostar no laboratório brasileiro", acrescenta.

Já Radler aguarda a definição dos clientes para que o LBCD possa aumentar o fluxo de trabalho e se consolidar como um laboratório de referência. "A proposta do LBCD encontra-se com a CBF e a ABCD para avaliação. A Wada e seu escritório regional têm insistido para que o LBCD absorva as amostras da América do Sul e mesmo Central. Isso depende apenas de um acerto do preço a ser pago. Confio que ABCD e CBF chegarão a um consenso que permitirá ao governo federal, por meio do Ministério do Esporte, manter o LBCD funcionando".


Publicidade
Publicidade

Continue lendo

Últimas notícias

Publicidade