A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) publicou no começo da tarde desta quarta-feira, em seu site, um aviso comunicando o cancelamento da assembleia geral ordinária que deveria acontecer no próximo sábado, no Rio. O documento, tornado público só agora, data de 9 de março.
A entidade explicou que cancelou a assembleia geral por decisão do juiz Leonardo de Castro Gomes, da 17.ª Vara Cível do Rio. Mas o magistrado, em decisão publicada no último dia 3 de março, apenas determinou o cancelamento da eleição presidencial que ocorreria durante a assembleia, mantendo a reunião que votaria, entre outras coisas, o calendário de competições e as contas do ano passado.
A eleição para definir o substituto de Coaracy Nunes foi cancelada pelo juiz em resposta à ação movida pelas atletas olímpicas Joanna Maranhão, da natação, e Camila Pedrosa, do polo aquático, e pelo ex-nadador Rodrigo Munhoz.
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Ele ainda revogou a indicação de Thiago Pereira, João Felipe Coelho (polo aquático), Maria Clara Lobo (nado sincronizado), Hugo Parisi (saltos ornamentais) e Ana Marcela Cunha para formarem a Comissão de Atletas da CBDA. Os nomes foram escolhidos por Coaracy, como manda o estatuto.
Ao entender que a eleição para a formação da comissão de atletas deve ser direta, como manda a Lei Pelé, o juiz declarou nulo o artigo do Estatuto da CBDA que determina que o presidente indique os membros da comissão. Também condenou a CBDA a realizar eleições diretas, "através do voto direto dos próprios atletas, em conjunto com as entidades que os representem".
Por fim, decidiu que a CBDA não pode organizar eleições para diretoria ou membros do conselho fiscal, inclusive a que estava marcada para o próximo dia 18, "até que se regularize a Comissão Nacional de Atletas". A CBDA promete que cumprirá a decisão "com a maior brevidade possível".
A eleição tem duas chapas concorrendo à presidência. Uma, encabeçada por Miguel Cagnoni, ex-presidente da Federação Aquática Paulista (FAP), de oposição. O grupo que comanda a CBDA apostava em Ricardo de Moura, atual superintendente executivo, mas o nome dele apareceu ligado a diversas denúncias recentemente. Assim, o candidato apresentado pela situação é Sérgio Silva, presidente da Federação Baiana. Uma ação que tenta cassar a candidatura do baiano só será julgada pela Justiça depois que o imbróglio sobre a comissão de atletas for resolvido.