A publicação de dados médicos confidenciais de atletas olímpicos por parte de hackers expôs a "hipócrita" decisão de impedir a participação de atletas da Rússia nos Jogos Paralímpicos do Rio, declarou o presidente russo Vladimir Putin nesta segunda-feira.
"Nós não aprovamos as ações dos hackers, mas estão ajudando a revelar que várias pessoas, que participaram dos Jogos Olímpicos e estavam absolutamente saudáveis, haviam tomado medicamentos proibidos que lhes deram uma vantagem na competição".
Por outro lado, acrescentou, os atletas paralímpicos russos ficaram fora dos Jogos no Rio por uma suspeita, uma decisão que ele chamou de "desonesta, hipócrita e covarde".
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Putin fez o comentário no dia em que o grupo de hackers conhecido como Fancy Bears, que de acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) está vinculado a Rússia, publicou outro pacote de dados de atletas olímpicos, pela quarta vez no período de uma semana. Os competidores têm permissão de federações esportivas ou organismos antidoping para usar medicamentos que de outro modo seriam proibidos.
Os 66 expedientes vazados até a data revelam registros de "isenções de uso terapêutico" que permitem aos atletas utilizarem substâncias que estão proibidas, quando existe uma necessidade médica verificada.
O novo vazamento envolve 26 atletas de dez países. Entre os nomes, estão Rafael Nadal e Mo Farah. O espanhol, que durante os últimos anos enfrentou algumas acusações de doping, recebeu liberação para utilizar uma dose de betametasona, substância para diminuir dores e inflamações, em 2009, e corticotropina, hormônio que combate estresse crônico, em 2012.
As liberações a Mo Farah também não são do período do Rio-2016. Elas são de 2008 e de 2014 para utilização dos corticosteroides triamcinolona e morfina.