A Seleção Brasileira masculina de vôlei teve até agora dois grandes testes no Campeonato Mundial para saber até que ponto lida com situações de pressão. Contra a Polônia e sua fanática torcida, o time foi reprovado e perdeu a invencibilidade. Mas com a corda no pescoço e dependendo de um triunfo para não se despedir precocemente, passou com méritos. Nesta quarta-feira, os comandados de Bernardinho encararam mais uma espécie de decisão contra a Rússia, venceram por 3 sets a 0, parciais de 25-22, 25-20 e 25, em Lodz (POL), e se garantiram na semifinal.
O Brasil vinha de duas vitórias sobre os campeões olímpicos em 2014. Na Liga Mundial, levaram a melhor por 3 a 1. O mesmo se repetiu no último domingo, no encerramento da segunda etapa do Mundial. Agora, nova revanche pela derrota sofrida no duelo pelo ouro em Londres-2012.
Com o resultado, a Seleção chegou a quatro pontos no Grupo H e deixou o seu maior rival em situação delicada. Russos (com zero) e poloneses (com dois) se enfrentam nesta quinta, às 15h25 (de Brasília), para decidir o outro semifinalista. Os donos da casa poderão até perder por 3 a 2 para se classificarem.
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Na outra chave, a Alemanha venceu o Irã por 3 a 0 e embolou a disputa no Grupo G, que tem ainda a França. Os duelos da próxima fase acontecerão no sábado.
O JOGO
No sacrifício, Murilo estava de volta, para conforto dos demais responsáveis pela linha de passe da Seleção. Depois de apuros contra os poloneses, o time tinha de novo em quadra sua referência no setor. Ele teve que ser poupado do duelo anterior em razão de um estiramento na coxa direita. Uma faixa na perna evidenciava os esforços da equipe médica para que o veterano estivesse em ação.
Por outro lado, a Rússia também estava melhor estruturada. O oposto Pavlov, que foi poupado do último duelo, deu trabalho com seus bons ataques pela saída de rede. Nenhum dos times abriu larga vantagem. Mas a Seleção colocou a cabeça no lugar no momento decisivo. Um erro de saque de Apalikov decretou a vitória parcial dos brasileiros.
Brasileiros armam bloqueio sobre o ponteiro Ilinikh (Foto: FIVB)Um lado sorria mais do que o outro no segundo set. O Brasil voltou confiante para arriscar no saque. Em dois aces, Wallace matou a recepção russa. Mas teve resposta. Muserskiy, o temido gigante de 2,18m, armou belo bloqueio sobre Lucarelli, cravou na quadra azul para deixar seu time na cola e empatou em mais um toco, agora em Wallace.
A vantagem que era de quatro foi toda embora. No saque firme, Pavlov selou a virada. Mas a Seleção não se perdeu por causa disso. Bernardinho contou com uma peça que esteve apagada na derrota para os poloneses: Lucão. O central atacou, bloqueou... só faltou encaixar o saque. Se o fundamento não funcionou, a Rússia ao menos ajudou com erros. Seguro, o time brasileiro ampliou a vantagem no jogo após um bom contra-ataque de Leandro Vissotto.
A Rússia tratou de impor saques e ataques fortes no retorno à quadra. Com isso, chegou à primeira parada técnica do terceiro set em vantagem pela primeira vez (8-5). Porém, o Brasil não deixou de ficar na cola. Após 35 segundos de rally, Lucarelli atacou para empatar a disputa (10-10). E Muserskiy deu uma força para os brasileiros virarem, ao largar para fora. Nem por isso eles estavam entregues.
Com a bola na mão, o levantador Grankin usava e abusava dos altos centrais. Mas, quando Sidão encontrou o tempo certo para marcá-los, a classificação ficou encaminhada. Murilo também cresceu a parede sobre Spiridonov. E a vitória veio pelas mãos de Vissotto, que atacou para fora, mas contou com toque na rede dos adversários. O desafio confirmou a infração.