A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou uma série de mudanças para a próxima temporada da Fórmula 1 nesta quarta-feira. Em reunião do Conselho Mundial, em Doha, a entidade desistiu da pontuação dobrada na última corrida do campeonato, desistiu de implementar relargadas paradas durante as provas e restringiu os critérios para a liberação da superlicença para jovens pilotos.
Novidade polêmica neste ano, a pontuação dobrada foi alvo de críticas desde seu anúncio, no fim de 2013. Antes do GP de Abu Dabi, prova que encerrou o campeonato, os questionamentos aumentaram porque a regra poderia alterar o resultado da disputa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. O inglês, contudo, venceu a prova e "neutralizou" a pontuação dobrada, que poderia dar o título ao companheiro da Mercedes.
A FIA descartou também a ideia de estabelecer a relargada parada dos carros a cada entrada do safety car na pista. A sugestão surgiu na esteira do acidente grave sofrido pelo piloto francês Jules Bianchi no GP do Japão. Já a ideia de criar o safety car vingou e estará na temporada 2015 da Fórmula 1 após ser testada em treinos livres no fim do campeonato deste ano.
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Também por motivos de segurança a FIA mudou o procedimento que deve ser seguido pelos pilotos quando a prova é suspensa. Agora os carros devem deixar a pista rumo ao pit lane, ao contrário de se deslocarem para o grid. No pit lane, cuja saída será fechada no momento da paralisação, eles devem permanecer enfileirados até o reinício da corrida.
A entidade definiu ainda que membros da equipe terão 15 segundos para deixar a pista após sinal dado pelos comissários antes da largada das corridas. Em caso de infração, piloto do time envolvido na irregularidade terá que largar do pit lane.
Entre outras novas penas estabelecidas na reunião, a FIA criou a punição de 10 segundos nos boxes. Esta deverá ser útil em 2015 por causa da alteração na regra que pune pilotos que excedem as trocas de componentes do motor. Pelas novas definições, punições mais duras no grid não serão transferidas para a etapa seguinte. Elas serão cumpridas na mesma prova, em forma de passagem pelos boxes.
Quanto aos carros, as novidades se concentram no peso. Eles deverão ter pelo menos 702kg, sem contar o combustível. A FIA impôs limitações aos testes em túnel de vento, às variações nas suspensões dos monopostos e exigiu melhorias na proteção da célula onde fica o piloto, em mais uma consequência direta do acidente de Bianchi.
SUPERLICENÇA - A entidade alterou as regras para a obtenção da Superlicença para jovens pilotos na F1, em uma clara reação à contratação do holandês Max Verstappen pela Toro Rosso. Pelas novas regras, que começarão a valer somente em 2016, o piloto deve ter ao menos 18 anos e experiência de dois anos em categorias de base que servem de acesso à F1.
A nova definição impediria a chegada de Verstappen à categoria. O piloto fora contratado pela Toro Rosso quando tinha apenas 16 anos - completou 17 em setembro. E ainda estava na metade do seu primeiro ano na Fórmula 3 europeia. A chegada do inexperiente piloto gerou diversas críticas na F1, principalmente em relação à segurança.