A temporada internacional de 2016 começa na próxima terça-feira para a seleção brasileira masculina de polo aquático, mas o goleiro Slobodan Soro segue impedido de defender as cores verde-amarela. O jogador, medalhista olímpico pela Sérvia, ainda não teve sua naturalização autorizada pela Federação Internacional de Natação (Fina).
No ano passado, a Agência Estado mostrou que, desde janeiro de 2014, o Soro recebe R$ 18.746 mensais líquidos da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) em uma conta do Banco do Brasil por um contrato que o "obriga" a jogar pelo Brasil até a Olimpíada. Até agora, entretanto, ele não estreou com a touca brasileira.
A cidadania brasileira foi concedida pelo governo federal a Soro, em caráter especial, pela possibilidade de ele "prestar serviços relevantes ao Brasil". Com apoio formal do COB perante o Ministério da Justiça, a CBDA conseguiu as naturalização em 16 de abril do ano passado.
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Mas a entidade ainda não conseguiu a chamada naturalização esportiva de Soro. O regulamento da Fina condiciona essa naturalização à comprovação de que o jogador está há um ano defendendo um clube do país pelo qual pretende jogar. Soro, inicialmente contratado pelo Fluminense, defendeu o Partizan Belgrado, da Sérvia, até o dia 16 de maio de 2015.
Apesar do boicote de uma dezena de clubes, a CBDA organizou no mês passado o Troféu Brasil de Polo Aquático com apenas quatro times, sendo três amadores, para que Soro pudesse defender o Botafogo. As súmulas dos jogos já foram juntadas ao processo, para comprovar que ele é atleta da equipe carioca.
A chamada fase intercontinental da Liga Mundial começa na próxima terça-feira, 10, e vai até o dia 15. Assim, não há a menor possibilidade de Soro defender o Brasil na competição, ainda que ele esteja com o elenco em Yokohama, no Japão. A expectativa da CBDA é que a seleção se classifique para a fase final, no fim de junho, na China, e lá conte com Soro.
Seria a única oportunidade de o goleiro jogar oficialmente pelo Brasil antes dos Jogos Olímpicos do Rio. Soro, entretanto, vem participando normalmente dos treinos da seleção e inclusive atuou em amistosos diante de Rússia e Montenegro nos primeiros meses do ano. Os salários mensais, de R$ 25 mil brutos, continuam sendo pagos pela CBDA.
Em Yokohama, o Brasil joga contra Casaquistão (dia 10), Austrália (11), China (12), EUA (13) e Japão (14). Na prática, só precisa ganhar do Casaquistão, porque quatro equipes, mais a China, dona da casa, se classificam para a chamada Super Final. No ano passado, a seleção ganhou uma inédita medalha de bronze na competição.
O time que está no Japão conta com Vinícius Antonelli (goleiro), Bernardo Carelli Oliveira (goleiro), os irmãos Bernardo e Guilherme Gomes, Grummy, Ives Gonzalez, Felipe Silva, Felipe Perrone (capitão do time), Josip Vrlic, Ádria Delgado, Bernardo Reis Rocha, Paulo Salemi e Rudá Franco. Ives (cubano), Perrone (espanhol), Vrilic (croata), Ádria (espanhol) e Salemi (italiano) alteraram suas nacionalidades esportivas nos últimos anos para defender o Brasil no Rio-2016.