Enquanto atletas e dirigentes tentam minimizar o medo pelo vírus da zika e garantir que a Olimpíada deste ano não colocará em risco a saúde dos atletas, a goleira da seleção norte-americana de futebol feminino, Hope Solo, foi na contramão neste debate. A atleta é uma das poucas a assumir o temor com o vírus e admitiu a possibilidade de não vir aos Jogos do Rio se o problema não for solucionado.
"Se as coisas ficarem como estão agora, eu provavelmente não vou", declarou a goleira em entrevista à rede de TV norte-americana CBS. Hope Solo já havia manifestado a intranquilidade em relação a este assunto, mas nesta quinta-feira especificou os motivos que poderiam tirá-la de mais uma Olimpíada.
"Eu não tenho que tomar a decisão hoje, então espero que muitas coisas aconteçam pelos próximos cinco meses. Estou um pouco cética, para ser honesta, até porque li que as coisas podem piorar ainda, antes de melhorar. Então, é assustador e tenho muitas reservas sobre ir à Olimpíada. Mas, como disse, não preciso decidir hoje, há muitas coisas desconhecidas e espero ter respostas concretas em breve", comentou.
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Aos 34 anos, Hope Solo é goleira da seleção desde 2000 e pode disputar no Rio sua quarta Olimpíada. Mas a atleta também tem o sonho de construir uma família e ter filhos, e por isso o risco de ser contaminada com a zika a assusta tanto. Vale lembrar que o vírus foi descoberto recentemente e pode ser a causa de microcefalia nos bebês das mulheres infectadas.
"Há muita coisa para se preocupar. Quando for iniciar uma família, não quero estas preocupações, esta ansiedade, não quero exames constantes, não quero arriscar a segurança e a saúde de uma criança. É uma época assustadora e não há respostas claras sobre isso", disse Hope Solo.
A goleira também foi perguntada sobre a posição de suas colegas de seleção sobre o assunto. "As jogadoras estão tentando conseguir mais informações, então ninguém quer tomar decisões irracionais. Mas é preciso entender que a equipe é formada por mulheres de idades e personalidades diferentes, algumas não querem construir família, algumas querem. Mas a maioria está apenas focada em ganhar a Olimpíada."