As suspeitas de que a União Ciclística Internacional (UCI) pode ter acobertado o caso de doping envolvendo o ex-ciclista americano Lance Armstrong ganharam força nesta segunda-feira. O jornal francês "Le Monde" publicou um relatório revelando que a entidade teria acobertado um teste positivo do ex-atleta na primeira etapa da Volta da França de 1999, quando ele conquistou o primeiro dos sete títulos da tradicional prova.
Segundo a reportagem, Armstrong teria sido flagrado no dia 4 de julho. O exame apontara a presença de corticoides em sua urina. Diante do resultado, o americano, que afirmara antes do teste que não estava tomando nenhum medicamento, apresentou uma receita médica, sem data, em que revelava o uso de uma substância proibida. A UCI, então, aceitou o documento sem realizar qualquer investigação.
Na época, o "Le Monde" questionou a atitude da entidade ciclística. O então presidente da UCI, o holandês Hein Verbruggen, acusou o jornal de publicar informações mentirosas e defendeu Armstrong.
Na semana passada, antes de a entrevista do ex-ciclista para a apresentadora Oprah Winfrey ir ao ar, o Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou que poderia retirar o ciclismo do programa olímpico caso seja comprovado qualquer participação da UCI no esquema de doping no qual Armstrong se envolveu.
Leia mais:
Londrina Bristlebacks busca título Brasileiro no futebol americano
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Corrida Pedestre reúne mais de 400 participantes em Alvorada do Sul
Hortência diz que não trabalhará no COB e pede mudança profunda no basquete
Na entrevista para Oprah em que confessou o uso de doping, o ex-ciclista admitiu que, no início da carreira, falsificou uma receita médica para encobrir um doping. Porém, não revelou em qual competição tal fato aconteceu. Ele também isentou a UCI de ter apoiado sua prática doping.
Por conta de intensa investigação da Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada), Armstrong foi banido do esporte e perdeu todos os sete títulos da Volta da França. O COI também decidiu retirar do ex-atleta a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000.