Um dia depois de a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) divulgar o calendário provisório da temporada de 2017 listando o GP do Brasil como uma prova ainda sujeita a confirmação, Felipe Massa admitiu nesta quinta-feira, em Sepang, na Malásia, que teme pela saída da prova brasileira do Mundial de Fórmula 1.
Embora os organizadores da corrida realizada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, tenham recebido a notícia com estranheza, pois alegaram, também na última quarta, que possuem contrato para receber a F1 até 2020, o piloto da Williams admitiu que não é possível ter certeza de que a prova será realizada no próximo ano, embora também tenha enfatizado que não tem informações de bastidores sobre o assunto para poder fazer uma previsão em relação ao futuro do GP do Brasil.
Em entrevista coletiva às vésperas dos trabalhos iniciais de pista do GP da Malásia, cuja primeira sessão de treinos livres será às 23 horas (de Brasília) desta quinta-feira, Massa foi questionado sobre quão confiante estava na possibilidade de o GP do Brasil ser mantido no calendário para 2017. E inicialmente enfatizou que, "para ser honesto, acha que essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida (por ele) de forma adequada".
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"Nós (pilotos) apenas corremos e não sabemos o que acontece por trás (nos bastidores) com os contratos. Algumas vezes você vê algumas pressões sobre um país porque talvez algumas coisas não estão funcionando como Bernie (Ecclestone, chefão da Fórmula 1) - ou seja lá quem decide isso - está pensando (querendo). Nós sabemos que essas pressões sempre existem", afirmou o brasileiro, para em seguida dizer que torce muito pela permanência do GP do Brasil no calendário da F1, do qual faz parte de forma ininterrupta desde 1972.
"O Brasil é parte deste esporte, é parte da Fórmula 1 há muito tempo, então seria muito decepcionante perder a corrida no Brasil, mesmo eu não estando mais lá para correr", completou Massa, ao se referir ao fato de que irá se aposentar da categoria máxima do automobilismo ao final desta temporada.
O piloto da Williams ainda citou o GP da Alemanha de 2015, que acabou sendo cancelado por causa de problemas financeiros, como um exemplo para justificar o seu temor de que a etapa do Brasil deixe o calendário da F1.
"Sempre estarei apoiando o meu país e vou estar na torcida para os novos pilotos brasileiros. Eu sei que a situação no Brasil não está muito fácil economicamente falando, então essa possibilidade (de a prova sair da F1) talvez seja algo em torno disso. Mas você nunca sabe, talvez isso seja só um pouco de pressão, mas talvez isso possa acontecer assim como nós vimos que aconteceu no ano passado na Alemanha", reconheceu Massa.
Por fim, ele falou sobre o torcida que fará para que a prova paulista permaneça no calendário da F1 nos próximos anos. "Espero que isso não aconteça para São Paulo, em Interlagos. Essa é uma das mais divertidas e maiores corridas para se assistir, então eu desejo o melhor para ela, para o meu país, e espero que esse caras (torcedores e pilotos) ainda possam desfrutar desta prova no Brasil", finalizou.