O período entre as temporadas 2012/2013 e 2013/2014 da NBA definitivamente não tem sido fácil para o brasileiro Fab Melo. Primeiro, o jogador foi trocado do Boston Celtics para o Memphis Grizzlies. Mas não deu nem tempo de pensar em se adaptar à nova franquia, já que foi dispensado logo na sequência.
Além disso, o atleta não foi lembrado por Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira, nem na pré-convocação para a Copa América. E olha que 24 nomes foram relacionados pelo argentino! Mas há uma luz no fim do túnel. Nesta quarta-feira, o Dallas Mavericks confirmou que levará o grandalhão de 23 anos de idade e 2,13m de altura para ser avaliado na pré-temporada. E talvez não haja lugar melhor para ele tentar se reencontrar na liga profissional americana.
Melo chegou à NBA porque o Celtics, que o selecionou na 22ª escolha do Draft do ano passado, viu potencial defensivo no pivô. Também, pudera: na temporada 2011/2012, sua segunda e última no basquete universitário, o brasileiro apresentou médias de 5,8 rebotes e 2,9 tocos, além de 7,8 pontos, em 25,4 minutos por jogo, atuando como o protagonista da famosa defesa por zona do técnico Jim Boeheim em Syracuse.
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Acontece que a transição para a NBA foi, como se esperava, difícil para Melo. Isso porque o grandalhão ainda é extremamente cru em tudo o que não diga respeito à defesa de cobertura e à proteção do aro. Isso inclui a marcação homem a homem, muito mais comum na NBA do que as zonas, e, claro, os fundamentos ofensivos.
Mas se existe uma franquia em que esse impacto pode ser minimizado, essa franquia é o Mavericks. Desde a temporada 2010/2011, o técnico Rick Carlisle tem usado a zona 2-3. Esse tipo de defesa, inclusive, foi um dos triunfos da equipe texana em 2011, quando venceu o temido Miami Heat de Dwyane Wade, LeBron James e Chris Bosh na final para levar o primeiro título da NBA de sua história. Naquela campanha, Tyson Chandler era o âncora do time.
Claro que essa é uma comparação injusta para Melo. Na última temporada, Chandler, já no New York Knicks, apresentou médias de 11,5 pontos, 11,7 rebotes e 1,2 tocos a cada 36 minutos pela equipe, coletando 19% dos rebotes do time enquanto estava em quadra e mostrando que está longe de ser um pivô que funciona apenas na defesa por zona.
Mas talvez Melo não esteja tããão longe assim daquele Chandler que, no meio de 2002, havia acabado sua primeira temporada na NBA, vestindo a camisa do Chicago Bulls, e, com médias de 11,3 pontos, 8,9 rebotes e 2,4 tocos a cada 36 minutos pela equipe, coletando 14,3% dos rebotes do time enquanto estava em quadra, ainda não era muito mais do que um prospecto com potencial defensivo.
Na última temporada, Melo passou mais tempo no Maine Red Claws, da D-League – campeonato que recebe jogadores da NBA que precisam ganhar mais rodagem antes do salto definitivo para a liga profissional americana – do que no Boston Celtics. Por lá, apresentou médias de 13,5 pontos, 8,2 rebotes e 4,3 tocos a cada 36 minutos, coletando 12,3% dos rebotes da equipe enquanto estava em quadra. Isso mostra seu talento nos bloqueios – foi o líder da divisão inferior no fundamento – mas, em comparação com os números daquele Chandler mais cru, mostra também o quanto ele precisa melhorar nos rebotes para se tornar um defensor de elite.
A caminhada, certamente, não será fácil para Melo. O brasileiro entra em um elenco que, contando com ele, já tem 18 jogadores para a pré-temporada, e o máximo permitido para a temporada regular pela NBA são 15. Na função de pivô, o Mavericks já conta com Samuel Dalembert, DeJuan Blair, Brandan Wright e Bernard James. Mas, se voltar a ser efetivo na defesa por zona, o jogador pode receber uma chance na franquia e, quem sabe, encontrar sua nova casa na NBA.