O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sugeriu que a escolha das sedes dos Jogos Olímpicos são alvo de manipulação, criando mal-estar no Comitê Olímpico Internacional (COI). Em uma entrevista publicada nesta semana na New York Magazine, ele não deixou dúvidas sobre o que pensa do COI e mesmo da Fifa. Seu ataque visa especificamente a escolha da sede da Olimpíada de 2016, que acabou ficando com o Rio de Janeiro.
Obama foi um dos promotores da candidatura de Chicago, seu berço político e a cidade de sua mulher, Michelle. Em 2009, o COI escolheria quem ficaria com o direito de sediar os Jogos de 2016 e uma reunião em Copenhague levou ao pequeno país europeu o rei da Espanha, Juan Carlos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, cada um servindo de cabo eleitoral para as cidades dos seus países.
Segundo Obama, um "comitê muito eficiente foi para Copenhague para fazer sua apresentação". "Michelle tinha ido com eles e eu recebi uma chamada, acho que antes das coisas terem terminado, indicando que todos pensavam que se eu fosse lá, teríamos uma boa chance de conseguir e que valeria a pena essencialmente fazer um dia de viagem até la", contou o presidente. "Assim, decidimos viajar", completou.
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"Subsequentemente, acho que fomos informados de que as decisões do COI são similares às da Fifa: um pouco arranjadas", disse Obama. "Não passamos da primeira fase, apesar de que, por todos os critérios objetivos, a candidatura americana era a melhor", afirmou.
Obama contou que, já no voo de volta para Washington, sua delegação sabia que Chicago não tinha vencido a eleição que definiu o Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Suas declarações não foram bem recebidas no COI que, em 2017, vai escolher a sede dos Jogos de 2024. Três cidades estão no páreo: Los Angeles, Paris e Budapeste. Mas, longe das câmeras, os delegados do COI não disfarçam a empolgação com a possibilidade de o evento voltar à capital francesa, depois de cem anos desde a última edição.
INVESTIGAÇÃO - Mas os comentários de Obama também relançam a polêmica sobre como o COI escolhe suas sedes. O Ministério Público Financeiro da França investiga desde o ano passado se o ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo Lamine Diack recebeu propina em um esquema de mobilização de votos para a escolha das cidades-sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020.