A Pirelli já se acostumou as críticas. Alvo constante de equipes e pilotos durante todo a temporada, a fornecedora única de pneus da Fórmula 1 está mais preocupada com as futuras mudanças nos carros que devem mudar o panorama da categoria a partir de 2014. Redução na potência dos monopostos e alterações aerodinâmicas vão afetar diretamente o desgaste dos pneus.
"Naturalmente estamos indo ao encontro do desconhecido, assim como todos. E queremos descobrir como estes novos carros vão funcionar e se comportar quando chegarem ao circuito. Sabemos que teremos que fazer compostos mecanicamente mais robustos, mas não podemos ir ao extremo porque perderá aderência. Será necessário um equilíbrio delicado", avalia o diretor esportivo da Pirelli, Paul Hembery.
O mistério, contudo, deve durar ao menos até o fim de janeiro, quando serão realizados os primeiros testes de pré-temporada. "Temos feito algumas pesquisas com as equipes. Mas é claro que, neste estágio, eles não querem nos dar muitas informações porque vivemos num ambiente muito competitivo e eles não querem se comprometer. Então, estamos trabalhando com previsões do pior cenário", disse.
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Hembery explica que o pior cenário será o extremo desgaste dos pneus em todos os ângulos. "É um carro que não existe, um carro de ficção, mas seria o pior cenário possível em termos de parâmetros", justifica. Os novos pneus só devem estar em condições de se adaptar aos carros de 2014 no último teste da pré-temporada, em fevereiro.
Em relação às recentes críticas, Hembery afirma que não foi a Pirelli quem decidiu o campeonato, como apontaram algumas das equipes insatisfeitas com o rendimento dos pneus durante todo a temporada. "A Red Bull estava liderando o campeonato antes das mudanças nos compostos. Eles fizeram um grande trabalho de engenharia na segunda parte do campeonato, como sempre fazem. As pessoas se esquecem das temporadas anteriores", argumenta.
Os pneus da Pirelli passaram por transformações na metade do campeonato por causa da alta degradação dos compostos. Estes foram alterados após testes em Silverstone, em julho. Algumas equipes, como a Lotus, reclamaram porque vinham se adaptando bem aos pneus apresentados no início do ano.