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Imbróglio

Polêmica faz Torben Grael tirar filho da seleção de vela

Agência Estado
15 jan 2014 às 14:50

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- Reprodução
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Torben Grael já tem problemas logo no início do trabalho como treinador-chefe da seleção brasileira de vela. Contratado pelo COB, coube a ele montar a equipe que disputará o Mundial de Santander (Espanha) no segundo semestre. Parecia algo burocrático: chamar os dois primeiros de cada classe da Copa Brasil de Vela. Seria tudo tranquilo não fosse uma polêmica envolvendo Marco Grael, seu filho.

Marco, de 22 anos, é o atual campeão brasileiro da classe 49er, título conquistado em novembro, ao lado do proeiro Gabriel Borges. Velejando em casa, em Niterói (RJ), brigava pelo título da Copa Brasil contra um barco britânico, mantendo boa vantagem sobre seus rivais brasileiros e sabendo que os dois melhores do País na competição teriam apoio da CBVela para disputar o Mundial.

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Na medal race de sábado, Marco precisava apenas chegar em penúltimo para se garantir na seleção - em todas as regatas anteriores ele teve ampla folga sobre o último colocado - ou torcer para que André Fonseca, o Bochecha, não vencesse. Largou na frente, mas não viu que a comissão de regata havia decidido mudar a raia da prova, saindo da raia olímpica e indo para mais perto da praia de São Francisco, onde estava o público. Foi para o lado contrário e levou todo mundo que estava atrás dele.

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Enquanto isso, Dante Bianchi/Thomas Low e André Fonseca/Mario Tinoco velejaram para a raia correta. A comissão de regata então mostrou uma bandeira de anulamento, cancelando a prova, o que fez Marco e os demais desistirem da regata. Mais tarde, uma comissão foi montada para julgar os recursos e a prova, que estava anulada, acabou valendo. Assim, os barcos de Dante Biachhi e Bochecha, únicos a cruzarem a linha de chegada, foram os dois melhores brasileiros na Copa Brasil e os dois escolhidos para a seleção.

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Terão apoio da CBVela para disputar duas etapas da Copa do Mundo e o Mundial de Santander. Marco Grael, por sua vez, não receberá ajuda financeira para competir em 2014. Mais do que isso: não poderá participar do Mundial, porque o Brasil (pelo menos inicialmente) só tem direito a inscrever dois barcos por classe.


"A gente está avaliando as possibilidades. O que aconteceu foi inicialmente um erro dele. Posteriormente um erro da organização que induziu ele ao erro. Ele ainda estava competindo e viu a bandeira de anulamento. Parou e foi prejudicado", diz Torben Grael.

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A CBVela admite o prejuízo técnico ao deixar de apoiar o campeão brasileiro e - pelo menos até o erro - melhor velejador da Copa Brasil, mas diz que precisa ser coerente. "A gente precisa fazer isso para manter a transparência. Nas eliminatórias para a Olimpíada vai ser subjetivo e esse tipo de problema não vai acontecer mais", explica Ricardo Lobato, secretário executivo da confederação. O Brasil tem uma vaga por classe no Rio/2016 - nem mais, nem menos.


Ainda segundo o dirigente, a CBVela continuará apoiando Marco, só não bancará a ida dele a competições internacionais este ano, porque não tem recursos. Como não há limites de barco por país em Copas do Mundo, ele pode disputá-las normalmente, desde que bancado por patrocinadores.

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Em todas as classes o Brasil terá dois barcos no Mundial e em duas etapas da Copa do Mundo. A exceção é a Laser, porque é a classe mais barata e porque o País já tem dois atletas "nível 1", segunda a CBVela - Robert Schedit e Bruno Fontes. Assim, foi aberta uma terceira vaga, que ficou com Matheus Dellagnelo, vice-campeão da Copa Brasil.


Na 470 Feminina, só foi convocada a campeã da competição em Niterói (Renata Decnop), porque Fernanda Oliveira, medalhista olímpica em Pequim, tem vaga assegurada mas não competiu na semana passada porque teve nenê há pouco tempo.

A lista de convocados tem: Patrícia Freitas e Bruna Martinelli (RS:X Feminina), Bimba e Albert Carvalho (RS:X Masculina), Bruno Prada e Jorge Zarif (Finn), Clinio Freitas/Cacau Swan e Samuel Albrecht/Georgia Rodrigues (Nacra 17), Robert Scheidt, Matheus Dellagnelo e Bruno Prada (Laser), Fernanda Decnop e Odile Ginaid (Laser Radial), Dante Bianchi/Thomas Low Beer e André Fonseca/Mario Tinoco (49er), Martine Grael/Kahena Kunze e Juliana Senfft/Gabriela Nicolino (49er FX), Henrique Haddad/Bruno Bethlem e Geison Mendes/Gustavo Thiesen (470 Masculina) e Renata Decnop/Isabel Swan e Fernanda Oliveira/Ana Barbachan (470 Feminina).


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