Rafael Silva é o melhor judoca peso pesado deste mundo. Porque Teddy Riner é de "outro mundo". Neste sábado, na última luta do Mundial do Rio, o Maracanãzinho lotado viu o confronto mais aguardado da competição, entre o brasileiro e o francês. Mas ainda não foi dessa vez que a zebra apareceu. Aos 24 anos, o maior nome do judô na atualidade conquistou seu sexto título mundial para ficar a um ouro de se tornar o maior da história.
Os números de Riner impressionam. De 2008 para cá, Riner só perdeu uma vez: na final da categoria aberta (para judocas de todos os pesos, não disputada no Rio) no Mundial de Tóquio, em 2010, para um judoca local. O francês contestou tanto a arbitragem caseira que sequer foi buscar a prata.
Desta vez nem ajuda do árbitro tirou o ouro de Riner, que está a uma conquista de se tornar o líder do quadro histórico de medalhas em Mundiais de Judô. Com seis ouros e uma prata, fica atrás da chinesa Wen Tong e da japonesa Ryoko Tani, ambas com sete de ouro e uma de bronze.
Leia mais:
O que tem em HD de Schumacher que preocupa família do heptacampeão?
Londrina Bristlebacks busca título Brasileiro no futebol americano
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Corrida Pedestre reúne mais de 400 participantes em Alvorada do Sul
Diante de um judoca de tamanho calibre, Rafael Silva não conseguiu se impor como fez nas outras três lutas que fez neste Mundial. O judoca de 2,03m e 165kg - mas que tem uma dieta rígida, com frutas orgânicas, arroz integral e chocolate 70% cacau - estreou vencendo Iurii Krakovetski, do Quirguistão, por ippon. Na sequência, superou o japonês Ryu Shichinohe, apenas o 26º do ranking mundial, também com o golpe perfeito.
Na semifinal, enfrentou o forte alemão Andreas Toelzer, campeão do Grand Slam de Moscou, bronze no Masters e nos Jogos Olímpicos de Londres/2012, e medalhista de prata nos dois últimos Mundiais. Mas o apoio da torcida falou mais alto, Rafael dominou a gola do rival, conseguiu induzi-lo ao erro e venceu graças a uma punição a mais recebida por Toelzer.
Diante de Riner, não houve o que fazer. O francês, muito mais ágil, dominou a luta desde o começo. Rafael se movimentava pouco e recebeu a primeira punição. Em seguida, Riner conseguiu o golpe para em seguida usar toda sua força para imobilizar o brasileiro no chão.
A medalha, de qualquer forma, é a primeira e única do judô masculino do Brasil neste Mundial. De resto, o País só chegou a uma disputa por medalhas, com Gabriel Chibana terminando no quinto lugar, ainda no segundo dia de competições, pela categoria até 66kg.
Rafael volta a lutar neste domingo, quando acontece a disputa do Mundial por Equipes. A disputa, porém, não entra no quadro de medalhas, encerrado com o Japão à frente, com três medalhas de ouro. A França foi segunda, Cuba terceira, e o Brasil acabou em quarto, com seis medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e duas de bronze.