Se há uma asa negra para o São Paulo no Campeonato Paulista nos últimos anos ela atende pelo nome de Santos. O rival do clássico deste domingo, às 16 horas, no estádio do Morumbi, válido pela 10.ª rodada, eliminou o time tricolor na semifinal do Estadual nada menos do que três vezes nos últimos quatro anos. Além de tentar afastar o fantasma santista, o São Paulo entra pressionado para voltar a ganhar um clássico depois de 11 confrontos sem sucesso contra os principais rivais.
Contra o adversário deste domingo, a última vitória foi em junho de 2012 e o clube tricolor contava com nomes como Lucas, Piris, Cortez e Fernandinho e encarou os reservas do time alvinegro, que à época se preparava para a semifinal da Copa Libertadores contra o Corinthians. Se for considerar os duelos com força máxima, o último triunfo aconteceu em março do mesmo ano (gols de Casemiro, Lucas e Luis Fabiano para o São Paulo e Edu Dracena e Neymar para os santistas). De lá para cá foram três vitórias do Santos e um empate.
O péssimo desempenho da equipe em clássicos nos últimos anos virou um tabu para os jogadores. As dificuldades para superar os grandes rivais é um tema espinhoso que deixa o elenco visivelmente desconfortável, mas a ordem é esquecer o passado e tentar fazer valer o fator casa para derrotar o rival. "Tem de marcar bem e agredir, não pode pensar só em se defender. Estaremos em nossa casa, eles também precisam se preocupar com a gente", disse o técnico Muricy Ramalho.
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Mesmo enfrentando um dos melhores ataques da competição, Muricy Ramalho descarta abrir mão do esquema com três atacantes. O treinador aposta na manutenção do sistema para entrosar o time, uma estratégia mais de olho na fase final da competição do que necessariamente para o jogo deste domingo. Mas os próprios jogadores admitem que vencer um rival tradicional revigoraria o ânimo da equipe. "É importante vencer o clássico porque nos dá a ideia de onde estamos e são rivais que enfrentaremos no Brasileiro. Sem dúvida para motivação seria muito bom", afirmou Rogério Ceni.
A tendência é que Rodrigo Caio volte na vaga de Roger Carvalho. O resto da equipe deve ser o mesmo que jogou no ABC contra o São Bernardo.
Oswaldo de Oliveira não quer saber de ser conservador e usar a velocidade dos garotos para se impor ao São Paulo. A ideia é sair na frente no marcador e ficar com o contra-ataque à disposição em seguida. A estratégia, usada com sucesso na goleada por 5 a 1 contra o Corinthians, não deu certo nas últimas rodadas. "Uma coisa é se preparar dois meses e disputar jogos em sequência, outra é treinar oito dias e ter o mesmo tipo de exigência", disse a respeito dos últimos resultados do seu time.
O que pode favorecer o Santos no aspecto de condicionamento é que o zagueiro Gustavo Henrique e o volante Alan Santos (cumpriram suspensão diante do Sorocaba) voltam descansados, substituindo, respectivamente, Jubal e Leandrinho. Oswaldo de Oliveira, no entanto, não descarta a possibilidade de surpreender Muricy Ramalho com uma mudança ousada, escalando Gabriel junto com Geuvânio, Leandro Damião e Thiago Ribeiro.
"Vou pensar nisso até a hora do jogo, porque a equipe que iniciou a partida de quinta-feira quase não treinou", afirmou o técnico, sem receio de que os jogadores mais jovens sintam a responsabilidade do clássico. "Estou tranquilo quanto aos meninos. Não vou ter nenhum procedimento especial".