Com a imagem ainda arranhada após o furto de documentos do comitê Londres 2012, o Rio 2016 participou nesta segunda-feira do anúncio do projeto arquitetônico para a área social do campo de golfe, modalidade que voltará ao calendário dos Jogos Olímpicos depois de 112 anos. O presidente do comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, não falou sobre o escândalo, assunto que considera superado desde a entrevista coletiva convocada às pressas por ele na última quinta-feira.
O projeto para a sede do campo de golfe foi escolhido por meio de um concurso nacional promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil no Rio (IAB-RJ). Dos 84 grupos que se inscreveram, 56 entregaram os projetos, que foram analisados pela comissão julgadora composta por arquitetos e representantes do Rio 2016. Para estimular profissionais jovens, o comitê exigiu que só participassem do concurso arquitetos com até 15 anos de formado.
O projeto dos arquitetos Pedro Évora, de 34 anos, e Pedro Rivera, de 37, foi escolhido o vencedor. "Estou particularmente feliz porque meu avô, Affonso Évora, ganhou a primeira medalha do Brasil em esportes coletivos, com o basquete, em 1948", orgulhou-se Évora do bronze conquistado pelo avô em Londres, na segunda vez em que a capital britânica recebeu os Jogos. O escritório dos vencedores vai receber R$ 393 mil para executar o projeto.
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Incluído no valor, está um prêmio de R$ 25 mil pelo primeiro lugar. Segundo e o terceiro colocados (arquitetos de Curitiba e São Paulo, respectivamente) vão receber R$ 15 mil e R$ 10 mil.
O custo da obra, que segundo Évora deve levar cerca de oito meses, ainda não está orçado. Tudo será custeado pelo dono do terreno onde ficará o campo de golfe, na Barra da Tijuca - o empresário Pasquale Mauro -, e a construtora Cyrela. A empresa que vai projetar o campo foi escolhida em março pelo Rio 2016: o escritório americano Hanse Golf Course Design. Nesta segunda, Nuzman afirmou que a construção do campo deve começar em no máximo três meses. Ainda não há previsão para o início da construção da sede.
O terreno onde ficará o campo é alvo de disputa judicial desde 2009. A empresa Elmway Participações alega ser a proprietária da área. Depois dos Jogos, o local deve se tornar o primeiro campo de golfe público do Brasil quem quiser jogar vai ter de pagar, mas não precisará ser sócio.