A temporada 2015/16 da NBA começou com recorde de brasileiros, nove no total. Mas o fato, que representa o reconhecimento internacional do basquete brasileiro, pode atrapalhar um pouco na preparação do País para os Jogos de 2016.
Apenas o armador Raulzinho Neto, do Utah Jazz, vem atuando como titular, mas por poucos minutos nas partidas. Nenê e Varejão perderam seus postos no quinteto inicial de Washington Wizards e Cleveland Cavaliers, respectivamente. Leandrinho já era reserva no campeão Golden State Warriors e Marcelinho Huertas (Los Angeles Lakers), Cristiano Felício (Chicago Bulls), Bruno Caboclo e Lucas Bebê (Toronto Raptors) pouco têm pisado nas quadras.
Um dos mais experientes desse grupo, Varejão acha que para todos o "ideal era estar jogando mais". Mas, mesmo assim, o pivô, que acabou de ser anunciado como atleta da Coca-Cola para ações na Olimpíada, acredita em um lugar no pódio em 2016. "Com o grupo que temos, podemos representar o Brasil bem e conseguir uma medalha." Confira entrevista de Varejão ao Estado.
Leia mais:
Londrina Bristlebacks busca título Brasileiro no futebol americano
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Corrida Pedestre reúne mais de 400 participantes em Alvorada do Sul
Hortência diz que não trabalhará no COB e pede mudança profunda no basquete
Estado - O que esperar desse time do Brasil em 2016?
Varejão - Já provamos nas duas últimas competições internacionais que temos condições de competir de igual para igual com as outras seleções. Infelizmente erramos em alguns detalhes, no fim dos jogos, e perdemos. Mas essas coisas acontecem quando se joga uma competição rápida, com jogos todos os dias, como é uma Olimpíada e um Mundial. Mas com o grupo que temos, podemos representar o Brasil bem e conseguir uma medalha.
Estado -Você achou que o Brasil poderia ficar sem a vaga nos Jogos de 2016 por causa da dívida da CBB com a FIBA?
Varejão - Quando ouvi pela primeira vez não quis acreditar. Não digo que fiquei com medo de perder a vaga, sem o convite teríamos que jogar para se classificar, mas sempre tive confiança que tudo seria resolvido da melhor maneira.
Estado -Os brasileiros que atuam na NBA têm ficado muito tempo no banco. Pensando nos Jogos, era melhor estar atuando com mais regularidade? Ou essa experiência na NBA, mesmo que apenas nos treinamentos, é válida?
Varejão - O ideal era estar jogando mais. Mas todo mundo que está aqui é profissional e sabe que deve estar preparado para servir o clube e também a seleção nos Jogos Olímpicos.
Estado -É a última chance dessa geração, que consolidou o Brasil na NBA, de ganhar um título de expressão para o Brasil?
Varejão - Não é a última, mas é uma ótima oportunidade. Vamos jogar no Brasil, com apoio da torcida e já provamos em competições internacionais, como Olimpíada e Mundial, que, se jogarmos neste nível, podemos sim sonhar com algo muito especial, como uma medalha.
Estado -Você está jogando com minutos limitados nesta temporada. Isso foi combinado ou é uma opção do David Blatt (técnico do Cleveland Cavaliers)?
Varejão - É opção do técnico. Desde o início da temporada eu sabia que iria demorar para estar 100%. Tive uma lesão séria (rompimento do tendão de Aquiles), já estou bem fisicamente, mas ainda falta o ritmo de jogo. Estou trabalhando muito nos treinos para recuperar espaço no time.
Estado -O Cavaliers está muito acima do teto salarial da NBA. Você teme ser trocado até o fim da temporada para aliviar o valor excedente?
Varejão - Não me preocupo com isso. Mas sei que isso é um negócio e tudo pode acontecer.