Que medicina é o curso mais procurado nas instituições de Ensino Superior, isso é indiscutível. Nas universidades estaduais da região – de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM), nos últimos dez anos, a graduação segue invicta na primeira posição entre os cursos mais concorridos.
Para Cristina Valéria Bolhões Simón, diretora pedagógica da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops), da UEL, o fato de o curso de Medicina já ter chegado a mais de 150 candidatos por vaga nos processos seletivos da história da instituição é resultado de um mito criado pela sociedade em torno da profissão. ‘Medicina tem status. Há um ‘endeusamento’ dessa profissão’, avalia.
Mas outras áreas profissionais vêm se destacando no cenário regional, refletindo na disputa por vagas nas universidades. Nesta década, o curso de Engenharia Mecânica se destaca entre os primeiros mais concorridos desde 2005 na UEM. ‘Essas áreas têm despontado em termos de demanda social pelas questões de desenvolvimento tecnológico que têm ocorrido nos últimos anos’, analisa a pró-reitora de Ensino da universidade, Edneia Regina Rossi.
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Ela credita a grande procura na região à falta de cursos na área em todo o País. ‘O Brasil é jovem na maioria das engenharias. Há uma demanda em termos de mercado e postos de trabalho e dificuldades em termos de qualificação de engenheiros’, pontua.
Os cursos de Tecnologia em Biotecnologia e Bioquímica, que estreiam no próximo vestibular de verão da instituição, na avaliação da pró-reitora, devem disputar com a Engenharia Mecânica nos próximos processos seletivos. ‘São áreas em franco desenvolvimento com novas demandas sociais sendo criadas pelas questões de desenvolvimento sustentável e de tecnologias empregadas em biocombustível’, afirma ela, que também aposta nas próprias características do País – com grande volume de atividades agrárias, como fatores determinantes para impulsionar os novos cursos.
Para Daniele Akamine, coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade Filadélfia (Unifil), a região oferece oportunidades na agroindústria com grandes cooperativas e o Estado com economia baseada na agropecuária e no agronegócio, criando um ambiente propício para a procura pelos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia.
‘Esses cursos trouxeram uma grande evolução para a Unifil em número de matrículas’, relata.
Pesquisador
Na UEM, a Biomedicina teve seu primeiro processo seletivo no vestibular de inverno deste ano, e já esteve entre os mais procurados da universidade com concorrência de 42,3 candidatos por vaga. ‘O profissional formado em Biomedicina não vai só atuar no interior do laboratório, mas também como pesquisador da área de Medicina estudando o genoma humano, por exemplo. Essa tecnologia que vem na área de novos domínios da ciência sempre traz novos cursos’, afirma a pró-reitora da universidade.