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Sopa de Feijão

Sustância

Chef Taico
21 jun 2018 às 11:34
- Fábio Teódulo
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Nas antigas fazendas o café era plantado em filas. Eram duas mudas por cova a 2 metros de distância umas das outras. O café não era podado, pois a terra forte se encarregava de frutificar até os galhos mais altos, por isto formavam altas e longas paredes separadas por ruas.
Nestas ruas plantava-se muito feijão que aproveitando o vigor do solo vermelho e virgem produzia grandes quantidades de feijão novo e macio.
Em tempos de muita disciplina nas escolas municipais e estaduais, os professores tinham forte influência na nossa educação.
As obrigações deviam ser cumpridas com esmero; horários, uniformes, aparência, hinos, orações, boas maneiras e todas as demais matérias que compunham o currículo, inclusive a Educação Física.
Entre o "Vicentão" e o "Moringão" em construção ficava o enorme terreno desnudo que no calor empoeirava e no frio úmido embarreava.
Rodando freneticamente o cordão do apito pelo dedo indicador o professor aguardava a hora exata e então apitava. Correndo fazíamos o alinhamento.
Hino cantado e corpo gelado começa o "corre corre".
Dos polichinelos ao fim das partidas de basquete e futebol lá se iam horas. O vento do entardecer mandava todos apressados para casa, cansados e famintos.
O feijão macio tinha cozinhado até quase derreter, só de mexer virava creme.
Na panela a gordura refogava carnes e legumes até dourar, um pouco de macarrão e o creme de feijão e muita paciência pra saborizar.
O fogo brando fazia ferver lentamente tremendo a tampa e escapando baforadas provocantes que penetravam as narinas.
A colher de sopa era grande e funda, a fome era maior que a quentura, a boca queimando sorvia soprando a deliciosa sopa de feijão.
A "sustância" que veio da roça nos saciava na sua enorme simplicidade.


Clique aqui e confira a receita!

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