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Especialista aponta mitos sobre a relação entre o coronavírus e os pets

30 mar 2020 às 08:59

Com o avanço do novo coronavírus, causador da Covid-19, no Brasil e no mundo, a sociedade enfrenta restrições de convívio para reduzir a disseminação da contaminação.

Em um país que possui mais de 139,3 milhões de animais de estimação, segundo censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa mudança de comportamento também se reflete na relação com os pets.


Por isso, a Balance, marca de ração premium para cachorros da BRF, está promovendo em suas redes sociais plantões de dúvidas para os consumidores com especialistas. Toda semana, às terças-feiras, a marca traz o especialista em comportamento animal da Comport Pet, Cleber Santos, com dicas para reduzir o estresse do pet durante a quarentena e como aproveitar melhor o tempo em casa para gastar a energia do seu cachorro.


Na última semana, o tema da live foram os mitos da relação entre o novo coronavírus e os pets. As dúvidas foram respondidas por Mariane Ernandes, médica-veterinária e analista de pesquisa e desenvolvimento da BRF. Confira abaixo as nove principais dúvidas sobre o assunto, explicadas por Ernandes:


O animal de estimação pode ser infectado pela Covid-19?


Não há evidências científicas de que animais de estimação possam ser infectados. A Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais acompanha a evolução da doença e está atualizando constantemente esse cenário.


Meu cachorro pode transmitir a doença?


O animal não é um hospedeiro transmissor da doença. No entanto, caso o tutor esteja infectado com o coronavírus e permaneça em contato com o pet (por exemplo, ao tossir e espirrar), pode espalhar partículas com o vírus.


Dessa maneira, a pelagem do animal pode ser um contato de transmissão como qualquer outro tipo de superfície, pois caso outra pessoa toque a área contaminada, não há garantia de que não haverá transmissão.


A especialista reforça a importância dos cuidados de higiene para evitar o contágio, como lavar as mãos com água e sabão com maior frequência, fazer uso de álcool gel e evitar levar a mão ao rosto após fazer carinho no pet.


A vacina V10 impede que o animal possa ser um foco transmissor?


Os cães e gatos, assim como outros animais de estimação como aves e répteis, não são transmissores da doença. "A vacina V10 é contra um outro tipo de coronavírus, que não tem nenhuma associação com a Covid-19”, afirma a veterinária Mariane Ernandes.


O tipo da doença que pode afetar os animais é o Alfa-Coronavírus, que geralmente infecta animais jovens, classificado em coronavírus canino, que pode causar diarreia leve, e o coronavírus felino, que causa peritonite infecciosa felina.


Posso continuar passeando fora de casa, como em praças e parques?


De acordo com o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), passeios podem ser mantidos, desde que sejam curtos, em lugares abertos e longe de aglomerações. "Há muitos animais que precisam sair para fazer as necessidades na rua, nesse caso orientamos para que seja próximo de casa e que o pet não se esfregue em nenhuma superfície”, destaca a especialista.


Quais os principais cuidados de higiene que devo ter com o pet?


Sempre que sair com o animal, ao retornar para casa, higienize as patas do pet com água e sabão, álcool gel ou lenço umedecido com álcool na composição. Também é importante manter limpos os recipientes de água e ração, além dos brinquedos utilizados por eles, já que são compartilhados entre o animal e as pessoas que dividem o espaço.


"As dicas de higiene valem tanto para cães como para gatos, que, apesar da pouca frequência em sair de casa e a pequena interação com humanos durante as saídas, devem ter o mesmo controle de higiene”, ressalta a médica.


Preciso mudar a alimentação do meu cachorro nos dias de quarentena?


Segundo a especialista, a alimentação varia de animal para animal, pois é preciso considerar o porte e o nível de atividade do pet. "Se o cão for ativo, gastar muita energia e continuar comendo a mesma quantidade, sem ter gasto calórico, ele irá ganhar peso”, destaca ela.


Outro fator é que, com a quarentena, mais pessoas estão em casa oferecendo petiscos e comidas fora de hora ao animal, o que acarreta em calorias extras.


Como controlar o estresse do animal, principalmente em espaços menores, como apartamentos?


É de extrema importância que haja bastante interação com o pet neste período, em que haverá mais pessoas em casa e ele terá menos tempo fora de casa, como passeios ao ar livre.


Brinquedos novos podem ajudar, assim como aqueles mais criativos, que levam a ração em seu interior. "É essencial manter a mente do animal ativa nesse período”, afirma Mariane Ernandes. A Balance, por exemplo, em seu site oficial apresenta diversos truques indicados pelo especialista em comportamento animal, Cleber Santos.


Posso continuar levando meu pet para banho e tosa no pet shop? Quais cuidados são necessários?


A orientação é que leve o animal até o pet shop em caso de necessidade, se realmente não for possível fazer o banho e tosa em casa. Caso opte por ir até um estabelecimento, vá sozinho para evitar o contato social. O mesmo vale para clínicas: o atendimento segue normalizado, mas a orientação é tomar todas as medidas de higiene.


Posso abraçar e beijar meu animal de estimação?


Para pessoas saudáveis, não há qualquer tipo de restrição, ou seja, elas podem continuar com os mesmos hábitos e interações com seus animais. A recomendação para evitar o contato com os pets é apenas para pessoas com Coronavírus.


A especialista indica ainda que o momento pede cuidado redobrado com os pets dentro e fora de casa e ressalta a importância das pessoas buscarem informação.

"É fundamental esclarecer os principais mitos sobre o assunto, pois não há qualquer evidência que indique que o pet possa contrair a doença e que seja um hospedeiro transmissor da Covid-19”, conclui a médica-veterinária.


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