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Mais saúde

Procura por alimentos naturais para pets aumenta no Brasil

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
28 ago 2020 às 09:41

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- Reprodução/Freepik
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De acordo com pesquisa realizada em 2018 pela Euromonitor sobre Pet Care no Brasil, os consumidores estão analisando com mais cuidado os ingredientes e as origens dos produtos que compram, principalmente em relação aos alimentos, e isso inclui a alimentação dos pets – quanto mais se assemelharem a alimentos humanos ou contiverem ingredientes familiares, melhor.


"Observamos que a tendência é que as pessoas se tornem cada vez mais conscientes das necessidades dos pets, estando dispostas a gastar mais dinheiro com eles e, principalmente, apostando em produtos/ingredientes mais naturais, pois acreditam que isso fará com que os animais vivam mais”, explica Mariana Monti, veterinária especialista em nutrição de cães e gatos e coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Special Dog Company.

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E isso, segundo a especialista, inclui a preocupação com o uso de corantes artificiais. "É uma tendência de mercado, de um nicho específico de indivíduos, que não aceitam que os produtos tenham corante.”

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Mas, afinal, corante artificial oferece algum risco para a saúde dos pets? De acordo com a veterinária, não há evidência científica consolidada que comprove o que realmente é melhor.

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"Não temos estudos demonstrando que nas doses recomendadas, os corantes sejam prejudiciais à saúde dos cães e gatos. Não podemos afirmar que fazem mal. A literatura está mais avançada para estudos com humanos e, apesar de alguns serem inconclusivos, outros demonstram que alta ingestão diária para as crianças em fase de desenvolvimento é prejudicial”, afirma.


Por que a indústria de pet food utiliza corantes?

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A resposta é: devido à variação na coloração das matérias primas (grãos e demais), que tem como consequência variações na cor dos lotes, e pode ser interpretada de modo negativo pelo consumidor quanto à qualidade do produto.


Levando em conta que o aspecto visual é fundamental para a seleção e escolha de um produto, ainda são muitos os proprietários influenciados pela cor da ração na tomada de decisão. "Por isso, tantas indústrias ainda fazem o uso do corante artificial, para melhorar a aparência e aceitabilidade do produto pelo proprietário.”

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As cores fazem diferença para o animal?


Para muitos tutores, ao abrir uma embalagem é interessante ver o "verde” que representa os legumes, o "vermelho” da carne ou o "amarelo” que seria o frango, mas os cães não conseguem visualizar o mesmo espectro de cores: eles só possuem os cones azul e vermelho, os verdes não estão presentes.

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Dessa forma, as cores ficam mais apagadas, porque para suprir a ausência do verde, o cérebro do cão completa a imagem com cinza.


"Os corantes só são adicionados para atrair os tutores. E se eles não agregam nenhum valor nutricional, e talvez possam fazer mais mal do que bem, o quanto vale a pena arriscar? Quanto realmente esse tipo de demanda dos clientes são benéficas para cães e gatos?”, questiona Mariana.

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A indústria, no geral, prefere o uso dos corantes artificiais por serem mais resistentes aos efeitos do processamento (mais estáveis) e por possuírem maior poder colorífico (de colorir): enquanto a dose a ser utilizada é de 2-4 kg de corante natural por tonelada de produto acabado, a dosagem de um corante artificial é de 5 à 15 vezes menor – de 150 – 800g/tonelada.


Se por um lado a utilização de corantes artificiais é mais barata, sobrando custos na formulação para adição de outros ingredientes funcionais, por outro o padrão da alimentação dos humanos é bem diferente da alimentação dos cães e gatos, pois enquanto os humanos possuem diversidade no cardápio, que inclui ampla gama de ingredientes que podem minimizar suposto malefício do corante, os cães não possuem tamanha variedade.

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"Logo, se temos a oportunidade tecnicamente de poder buscar ingredientes mais naturais, sustentáveis e saudáveis, por que não o fazer?”


Um ponto para ser discutido, segundo a veterinária, é a maneira de comunicar isso ao proprietário.

"Com certeza o caminho correto é não reforçar aos clientes conceitos errôneos, por exemplo, o de que corantes prejudicam a saúde ou que o sódio faz mal aos cães e gatos saudáveis, sendo que têm alta tolerância a esse mineral. Muitas indústrias passam por cima do que é correto tecnicamente, para ‘vender mais a qualquer custo’, criando argumentos inadequados e criando demandas para esses nichos”, alerta.


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