Saber quando começar a oferecer cuidados mais específicos ao pet idoso é a melhor forma de evitar o aparecimento de novas limitações
À medida que os pets envelhecem, os cuidados devem ser redobrados. Nos últimos anos, a expectativa de vida dos animais de estimação aumentou devido aos avanços da medicina veterinária, rações, vacinas e maior conhecimento dos tutores sobre a importância de manter um acompanhamento veterinário em dia.
Em tese, os animais chegam à terceira idade quando atingem 75% da sua expectativa de vida. Contudo, isso varia de acordo com o porte. Cães de pequeno porte são considerados idosos a partir de nove anos. Os medianos, a partir de oito anos e os grandes, aos sete. Já os gatos, em geral, são considerados idosos a partir de oito anos, uma vez que a diferença de porte é relativamente pequena.
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Vale ressaltar que um aspecto determinante quanto à qualidade de vida dos bichanos é o ambiente em que vivem. Os que moram em espaços protegidos sem acesso às ruas certamente terão maior segurança e tendem a viver mais e melhor.
Ainda que essa seja uma base para definir a idade dos pets, é comum os tutores terem dúvidas. A médica veterinária do plano de cuidado domiciliar My Pet Bianca Bond, revela que por meio do exame físico, o profissional consegue ter uma ideia da idade do animal. "A partir da avaliação bucal, os dentes (quais estão presentes), suas fases, coloração, estado geral, presença ou não de cálculo (tártaro) é possível indicar um paciente filhote, adulto ou idoso.”
Idade pela dentição
A médica veterinária odontologista, Raquel Sillas explica que até os 14 dias de vida, os cachorros não têm dentes. Até os quatro meses, nascem os dentes de leite. A partir disso, começam a nascer os permanentes. Aos oito meses, toda a dentição dos permanentes terá nascido. Aos dois anos, os cães começam a apresentar leve gengivite, com pouco acúmulo de cálculo (tártaro).
Quando eles chegam aos três anos, aparecem os desgastes nos incisivos inferiores e, aos quatro, nos superiores. "Nessa idade, há um amarelamento de dentes e o esmalte já não está tão bom quanto anteriormente”, pontua Raquel. A partir dos seis anos, os desgastes aparecem em todos os dentes. "Nessa fase, é um pouco mais difícil mensurar a idade. Porém, a partir dos oito, eles começam a ter perda de dentes por idade”, conta.
Raquel chama atenção, porém, de que essa não é uma regra. Depende do que o cão rói, por exemplo. "Se ele tem um ano, mas é roedor, vai ter desgaste dos incisivos, o que não é comum, mas o comportamento do animal pode influenciar”, diz.
Cuidado com os pets idosos
Pacientes idosos podem ter uma série de alterações de saúde por conta da idade. "Eles exigem maior necessidade de atenção por parte dos tutores, na parte de alimentação, quantidade e tipo de ração, hidratação, fornecimento de água de boa qualidade e da maneira correta, nível de atividade física e tipo de atividade física realizada”, pontua a médica veterinária Bianca.
De acordo com a profissional, tanto gatos como cachorros idosos podem apresentar alterações hormonais, tendência à obesidade, ou perda de peso, doenças gastrointestinais, cardíacas, cálculo dentário (tártaro) e neoplasias (câncer). "Sempre são uma preocupação com o passar da vida, atenção especial para as alterações renais em felinos, que chamam a atenção pelo número de casos atendidos”, aponta.
O médico veterinário Daniel Cooper também alerta para essas enfermidades. "Todo paciente idoso, assim como os humanos, começa a manifestar algum processo fisiológico inadequado. Quando isso é reconhecido de forma precoce, as chances de recuperação ou de não deixar que a doença avance de forma muito abrupta é através de alguns exames periódicos”, diz.
Nesse sentido, o diagnóstico precoce traz muitos benefícios, segundo ele. "Além disso, a parte nutricional é de suma importância. É como na medicina humana: uma alimentação saudável muitas vezes impede que a pessoa corra riscos desnecessários e/ou manifeste alguma doença”, afirma. O veterinário ainda explica que conforme os animais saem da fase adulta e entram na idosa, o acompanhamento veterinário e os check-ups anuais tornam-se essenciais.
Doenças comuns
Conforme os bichinhos envelhecem, comumente apresentam algumas doenças semelhantes aos humanos, como manifestação de problemas nas articulações, doenças de visão e envelhecimento do organismo. Contudo, os cuidados ao longo da vida podem influenciar muito na saúde na terceira idade dos pets.
"Uma questão que vejo ter bastante benefício, principalmente na parte articular, é uma alimentação de boa qualidade. Isso porque existem algumas substâncias que quando suplementadas ao longo da vida minimizam substancialmente ou retardam a manifestação dessas doenças”, comenta o dr. Cooper. Mas ele alerta para o fato de que suplementar depende também da avaliação do médico veterinário, pois a enfermidade pode ser alguma condição genética ou sobrepeso. "Existem animais que têm pré-disposição a ter alterações articulares”, relata.
Doenças de visão, segundo o dr. Copper também são mais bem tratadas se reconhecidas antecipadamente. "Um oftalmologista avaliando isso precocemente pode identificar o diagnóstico e indicar tratamento correto para impedir a evolução rápida de uma doença como a catarata”, conta.
Diferenças entre os pets
Embora existam muitos pontos em comum, determinadas doenças pode ser maior entre uma espécie. Geralmente gatos são mais suscetíveis a doenças urinárias e renais. Já os cães têm muito mais manifestação de doenças cardíacas, pulmonares e respiratórias, conforme explica o médico veterinário Daniel Cooper. "Contudo, nada impede que ambos possam apresentar qualquer tipo de doença com o envelhecimento orgânico. Doenças neoplásicas e dentárias são comuns em todas as espécies”, exemplifica Cooper.
A melhor forma de minimizar qualquer risco é garantir visitas preventivas ao veterinário. Assim, agendar check-ups regulares com profissionais é essencial, afinal, quanto antes for detectado qualquer tipo de problema, maior será a facilidade em resolvê-lo.