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Saúde e história

Acupuntura: terapia de 5,2 mil anos ajuda a entender a evolução humana

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
24 set 2019 às 09:57
- iStock
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Quando dois turistas alemães encontraram Ötzi, a múmia natural mais antiga registrada no continente europeu, eles não poderiam imaginar que aquela descoberta arqueológica viria a se tornar a evidência mais antiga de tatuagens na História.

A múmia de 5200 anos, preservada pelas condições climáticas de onde foi encontrada em 1991, possui uma série de marcas em formato de cruz em sua pele que, conforme constatado por meio de testes, foram aplicadas com o uso de pequenas agulhas e pigmentos naturais.

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As análises de imagem conduzidas por médicos especialistas constataram ainda que, enquanto vivo, Ötzi sofria de artrose lombar. Mais tarde, descobriu-se algo ainda mais intrigante: para a medicina chinesa, os pontos do corpo de Ötzi em que as tatuagens foram feitas estão interligadas à região lombar, sugerindo que elas tenham sido aplicadas como uma forma de tratamento médico.

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Seria correto afirmar que um homem que habitou a Europa 3 mil anos antes de Cristo tenha tido acesso à práticas de acupuntura? Para historiadores, a resposta pode ser um pouco diferente.

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Espiritualidade e proteção: os fundamentos das terapias de sangue - Presume-se que a acupuntura seja uma técnica cuja origem remonta a rituais de cura do período neolítico (de 7.000 a 3.000 AC). A prática envolvia extração de sangue por meio de lancetamentos, perfurações e aplicações de tatuagens com pigmentos extraídos de ervas com propriedades medicinais.


Estes rituais têm sua origem em práticas de raiz espiritual, realizadas para proteger de forças malignas. Historiadores acreditam que eles tenham evoluído, em diversas culturas, para decodificações da anatomia humana que mapeavam o corpo e indicavam lugares adequados para perfurações e cortes, de modo a assegurar boa saúde.

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Evidências dessas práticas ritualísticas, regressando ao mesmo período, têm sido encontradas ao longo de todo o mundo, inclusive nas Américas e na Índia, de onde surgiram as primeiras evidências da suspensão corporal, por meio de perfurações - um ritual também comum em tribos norte americanas - e sua relação com divindades.


Além dos benefícios físicos que a perfuração traria, ela também tinha a função de equilibrar o fluxo do que as culturas ancestrais chamavam de "força vital”.

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Os caminhos do "chi" - "O Céu está coberto de constelações. A Terra, de veios de água. E o Homem, de canais”. A citação é do "Livro de medicina interna do Imperador Amarelo”, escrito 5.000 anos atrás e considerado sagrado na cultura chinesa. A frase, contudo, ajuda a entender os princípios da acupuntura.


Na cultura chinesa, a força vital, ou chi, flui em todo o Universo, percorrendo caminhos específicos para isso. No corpo humano, ela fluiria por meio de "canais” que interconectam 360 pontos na pele que, ao serem ativados por meio de agulhas, equilibrariam o fluxo do chi, regulando, assim, funções do próprio corpo.

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Estes pontos não precisam necessariamente estar localizados nas áreas do corpo que se deseja tratar. Pontos ativados nos pés trazem reflexos positivos para funções do fígado, por exemplo, bem como a acupuntura auricular, que visa ativar diversos outros pontos do corpo, por meio da pressão de pequenas áreas da orelha.


Os caminhos por onde o chi flui dentro do corpo humano são chamados de meridianos e são definidos de acordo com o trajeto anual do Sol sobre a terra, totalizando 12. Cada um destes meridianos recebe um nome de acordo com a inclinação do Sol e que são variações de intensidade de yin e yiang, forças de equilíbrio associadas à luz e sombra, sol e lua.

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Cada meridiano tem também cinco pontos associados aos elementos naturais: fogo, terra, água, ar e ferro, que também dão nome aos cinco planetas mais próximos da Terra e aos quais se atribuem cores de acordo com o reflexo da luz: Vênus é branco, Júpiter é verde-azulado, Saturno é dourado, Marte é vermelho, e Mercúrio é "preto” por ser que menos reflete.


A medicina e os astros - A relação entre astronomia e medicina não é exclusividade da cultura chinesa. Médicos europeus utilizaram cálculos e observações dos astros até o século XVII em seus diagnósticos, baseando-se no que se chamava Astromedicina antes de receitar punções para alcançar o equilíbrio de fluídos corporais aos quais chamavam de "humores” e cujas cores eram associadas aos planetas observáveis.

Práticas similares de terapias que envolviam extração de sangue foram identificadas em outras culturas pré-cristãs em regiões como a Mesopotâmia e a Grécia. Na Europa medieval, ilustrações médicas como a chamada "Homem do zodíaco” mostravam a figura de um homem com o corpo dividido em 12 partes, cada uma atribuída a um signo do horóscopo, e com indicações de onde deveriam ser feitas a incisões para a extração de sangue, pontos muito próximos aos trabalhados na acupuntura.


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