O câncer da laringe (pregas vocais ou cordas vocais) corresponde a 25% dos tumores da região da cabeça e pescoço e 2% de todos as doenças malignas. Segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer, em 2016 foram registrados no Brasil 7.350 casos de câncer de laringe, sendo 6.360 em homens e 990 em mulheres. Com alto índice de mortalidade, somando 4.141 óbitos: 3.635 homens e 506 mulheres.
A ocorrência pode ser na laringe supraglótica, na glote e ou na subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem nas cordas vocais (região glótica), e 1/3 na laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide. Estudos apontam que há uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o tabagismo com o desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores, sendo o tabagismo o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe.
"O álcool e o tabaco são os maiores inimigos da laringe. Fumantes têm 10 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de câncer. Em pessoas que associam o fumo e bebidas alcoólicas, esse número sobe para 43", explica o médico cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Erivelto Volpi, Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e médico do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da USP.
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O sintoma mais comum é a rouquidão persistente e sem causa aparente. "A rouquidão proveniente de tumores é diferente da rouquidão relacionada ao esforço vocal ou à laringite ligada a processos gripais, pois não vem acompanhada de febre ou dor, é progressiva e persiste", alerta Dr. Erivelto.
Caso não haja tratamento na fase inicial do câncer, a rouquidão pode evoluir para dor durante a deglutição (ato de engolir) e falta de ar. Na fase mais avançada, podem aparecer nódulos no pescoço.
De acordo com a localização e a extensão do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais, já que a terapêutica dos cânceres da cabeça e do pescoço pode causar problemas nos dentes, fala e deglutição. A laringectomia total (retirada da laringe) implica na perda da voz fisiológica e em traqueostomia definitiva (abertura de um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe). "No tratamento atual do câncer de laringe, a preservação da voz e a ausência de traqueostomia são possíveis, para isso técnicas cirúrgicas minimamente invasivas são utilizadas, bem como novos agentes quimioterápicos e modernas técnicas de radioterapia", esclarece Dr. Erivelto Volpi.
Principais sintomas do câncer de laringe:
- Alterações na Voz e Rouquidão não associadas à processos gripais
- Ferida na garganta que não cicatriza
- Tosse constante
- Dor ao engolir
- Dor de ouvido.
- Dificuldade para respirar
- Perda de peso
- Nódulo ou massa no pescoço