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A cada dia, mais de 20 crianças são diagnosticadas com câncer no SUS

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
11 dez 2019 às 09:40
- Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Todos os dias, mais de 20 crianças e adolescentes (com idades entre zero e 19 anos) são diagnosticadas com câncer pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O alerta é da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que chama a atenção para a necessidade do diagnóstico precoce da doença que mais mata nesta faixa etária.

Ao analisar os dados apresentados pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico (Painel-Oncologia), do Ministério da Saúde, a SBP identificou que mais de 41 mil crianças e adolescentes receberam resultados positivos de exames para identificar neoplasias entre 2013 e novembro deste ano.

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Para acessar os dados sobre a doença por estado, acesse o link. Para conferir os números por modalidade terapêutica, clique aqui.

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Para Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP, os números confirmam a importância da detecção do câncer em seus estágios iniciais, o que melhora as chances de cura, aumenta a possibilidade de sobrevida e impacta na qualidade de vida dos pacientes. "É importante valorizar as queixas das crianças e levá-las regularmente ao pediatra. Na maioria das vezes, elas sinalizam para doenças comuns da infância, mas em alguns casos pode ser uma condição mais séria”, pontua.

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Segundo ela, o pediatra tem papel essencial no diagnóstico do câncer. Para tanto, considera fundamental que os pais ou responsáveis realizem as consultas pediátricas regulares, visando a identificação precoce da doença. "Nas crianças, geralmente as doenças se apresentam com sintomas inespecíficos, semelhantes aos de transtornos comuns da infância. Isso pode levar a retardo no diagnóstico de câncer. Infelizmente, baseado nos dados dos registros consolidados, muitos pacientes no Brasil ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estágio avançado”, destaca.


Diagnóstico - Por sua vez, Denise Bousfield, presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, aponta para um fator relevante na análise do câncer infantojuvenil. Segundo conta, ao contrário do que acontece com a população adulta, em crianças e adolescentes, não há evidências científicas, até o momento, de associação clara entre a doença e fatores ambientais.

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"Por isso o diagnóstico precoce e o tratamento em centros de referência em oncologia pediátrica são tão importantes. O câncer nesta faixa etária deve ser diagnosticado e tratado o mais precocemente possível, pois comparativamente com adulto, ele tende a apresentar menores períodos de latência, crescer quase sempre rapidamente e ser geralmente invasivo”, alertou.


A médica enfatiza, também, que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre zero e 19 anos é de 64%, segundo dados disponibilizados pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer). Ela informa ainda que "é imprescindível nas primeiras décadas de vida difundir o conhecimento sobre os efeitos dos fatores de risco na expectativa média de vida da população, além de desenvolver estratégias preventivas que envolvam diversos setores da sociedade, visando à mudança de modos de vida baseada em evidências para prevenção do câncer na idade adulta”.

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Achados - Do ponto de vista de distribuição geográfica, o número de diagnósticos do câncer tende a acompanhar a proporção populacional e também a oferta de serviços especializados, como as Unacon (Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) e os Cacon (Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia). Atualmente existem 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer.


Pela avaliação da SBP, entre 2013 e novembro de 2019, os estados que registraram maior número de diagnósticos foram São Paulo (8.257), Minas Gerais (4.038), Paraná (2.897) e Rio Grande do Sul (2.720). No outro extremo aparecem Amapá (com 69 diagnósticos), Roraima (109), Sergipe (151) e Acre (166).

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"Essa distribuição atesta a necessidade de ampliar o acesso das populações das regiões menos desenvolvidas e distantes a centros especializados para o diagnóstico e o tratamento do câncer. O cenário atual reforça ainda o quadro de desigualdades na área da saúde e tira chances de cura e de sobrevida para milhares de crianças e adolescentes que não conseguem fazer exames ou ter a atenção de especialistas”, disse a presidente da SBP.


Os números do Ministério da Saúde mostram ainda que, no período avaliado, os diagnósticos mais recorrentes entre o público de zero a 19 anos foram de leucemia linfoide (7.838), neoplasia maligna do encéfalo (3.336), doença de Hodgkin (2.724) e leucemia mielóide (2.632). Para essa faixa etária, a modalidade terapêutica mais indicada foi a quimioterapia (26.564), seguida de cirurgia (5.458).

"Já houve tempo em que o câncer era considerado uma doença exclusiva da população adulta. O avanço da ciência e da tecnologia atestam que essa doença afeta crianças e adolescentes, mas com um alento: quão mais cedo é feito o diagnóstico, melhores são as possibilidades de evolução para um prognóstico positivo. Daí a relevância desses números: chamarem a atenção dos brasileiros e das autoridades para as medidas que podem e precisam ser tomadas com urgência para preservar a vida e a saúde de quem é responsável pelo futuro da nação”, afirma Luciana.


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