Usar anestesia do tipo peridural para alivar as dores do parto pode gerar problemas na amamentação, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (18) na publicação científica International Breastfeeding Journal.
Os pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, dizem que as mulheres que usaram o anestésico teriam uma tendência maior de apresentar problemas na primeira semana após o parto e parar de amamentar mais cedo. "Existe uma quantidade crescente de evidências de que o químico fentanil, presente na peridural, pode ser associado com bebês sonolentos e dificuldades para se estabelecer a amamentação", disseram os pesquisadores.
"Qualquer que seja o mecanismo que rege isso, é importante que as mulheres que corram mais risco de parar de amamentar recebam o apoio e a assistência necessárias, tanto no período pós parto como nos meses seguintes."
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Perseverança - Os pesquisadores estudaram 1.300 mulheres que tiveram filhos em 1997. Das 416 que usaram a peridural, 172 também fizeram uma cesariana.
As mulheres que receberam o anestésico apresentaram uma incidência maior de problemas para amamentar na primeira semana. Elas também teriam uma tendência maior de parar completamente de amamentar durante os primeiros seis meses do que as mulheres que não usaram a anestesia.
Três quartos das que não receberam a anestesia ainda amamentavam após 24 semanas do parto. A proporção entre as que receberam a anestesia foi de 53%.
Um porta-voz de um dos órgãos de obstetrícia mais conceituados da Grã-bretanha, o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, Pat O'Brien, reconheceu a possibilidade de o fentanil ter efeito sobre o bebê, mas diz que outros fatores podem explicar os números do estudo.
"Se uma mulher escolhe não usar a peridural, ela pode estar mais disposta a perseverar amamentando", diz ele. Muitas das mulheres que usaram a anestesia fizeram cesariana e, a menos que elas tenham muito apoio, é duro para elas segurarem os bebês para amamentarem", afirma.