No Brasil, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou derrame cerebral como é popularmente conhecido, é a segunda principal causa de morte e a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Os números do Ministério da Saúde são impressionantes: o AVC é a causa da morte de mais de 100 mil brasileiros por ano; no mundo, esse número chega a seis milhões.
O cardiologista Anis Mitri, CEO do CECAM – rede de clínicas de saúde –, manda um alerta para as mulheres, as mais afetadas pelo AVC. Ele explica o quanto os hábitos do dia a dia são importantes na prevenção da doença.
"Grande parte do aumento na taxa destas doenças em mulheres deve-se aos péssimos hábitos de vida que adotamos atualmente. O alto índice de consumo de alimentos industrializados, as poucas horas de sono, que podem levar à obesidade, o uso prolongado de hormônios sintéticos contidos no anticoncepcional e, por fim, a vida sedentária com quase nenhuma prática de atividade física é a cereja do bolo nestas condições catastróficas", explica o especialista.
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Causas e prevenção
Alguns dos fatores de risco do AVC não podem ser modificados como idade, genética e sexo. Já outros como hipertensão arterial – a conhecida pressão alta –, diabetes, doenças cardíacas, enxaqueca, ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, entre outros, podem ser diagnosticados e tratados.
De acordo com o Ministério da Saúde, o ideal é adotar hábitos saudáveis para a vida. "Fazer um check up e uma visita anual ao cardiologista também é importante", complementa Mitri, que contou uma peculiaridade das mulheres: "64% das que infartam ou têm AVC nunca apresentaram sequer algum sintoma de doenças cardiovasculares".
Tipos de AVC
Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. "O AVC isquêmico é causado por alguma obstrução ou entupimento dos vasos e o sangue não consegue chegar a determinadas regiões do cérebro, causando necrose naquela área específica. Outro tipo de AVC, menos comum, é o chamado AVC hemorrágico. Neste caso, os vasos do cérebro possuem alguma má formação congênita, podendo se romper espontaneamente e causar um sangramento dentro do cérebro", explica Mitri.