Os números constam na Nota de Acompanhamento do Caderno de Informações da Saúde Suplementar (Naciss), produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar com base nas informações da ANS que acabam de ser atualizadas. No total, as operadoras receberam R$ 108 bilhões em 2013, 16% a mais do que em 2012, e gastaram R$ 90,5 bilhões com as despesas assistenciais, 14,4% a mais do que em 2012.
Os números representam uma inversão da variação notada no período anterior, quando as despesas cresceram 16,1% e a receita, apenas 12,7%. "O resultado positivo é muito importante para o setor, e pode ser visto como uma recuperação das operadoras, já que em 2011 e 2012 o crescimento das despesas assistenciais teve ritmo mais acelerado do que o das receitas", avalia Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. "É importante considerar que, caso as consultas, exames, internações e cirurgias fossem pagas do próprio bolso, os gastos dos beneficiários facilmente superariam os R$ 180 por mês gastos hoje com plano de saúde."
Apesar de as receitas e as despesas crescerem em um ritmo muito superior ao da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o equilíbrio entre essas duas contas tem permitido certa sustentabilidade ao setor. Carneiro destaca, entretanto, que esses números tratam apenas das despesas assistenciais, ou seja, os gastos das operadoras com serviços de saúde utilizados por seus beneficiários. "Se considerarmos ainda as despesas administrativas, o setor apresenta uma margem de lucro de cerca de 1%. Um porcentual bastante reduzido em comparação a qualquer setor da economia", completa.
A Naciss aponta, ainda, que a taxa de sinistralidade (relação expressa em porcentagem, entre a despesa assistencial e a receita de contraprestações das operadoras) fechou 2013 em 83,7%. A segunda maior da série histórica que analisa os dados do setor já há mais de uma década, desde 2003.
Redação Bonde com assessoria de imprensa