O boletim da dengue divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde aponta que o Paraná registra 17 municípios em situação de epidemia da doença. Além disso, outras 23 cidades estão em estado de alerta.
O relatório foi apresentado na terça-feira (6), durante a reunião ordinária do Comitê Interinstitucional de Controle da Dengue, em Curitiba, e leva em conta o número de casos registrados desde agosto de 2013 até agora. Neste período, o Paraná já contabiliza 8.528 casos confirmados, sendo que 89 evoluíram para a forma grave da doença.
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Umas das ações do governo estadual que já está dando resultado no combate à dengue é a utilização do serviço da Central de Relacionamento do Estado para a conscientização da população. Em dois meses, 23 mil ligações já foram realizadas para informar moradores de 59 municípios sobre como deixar suas casas livres do mosquito Aedes aegypti.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, essa medida é extremamente importante, pois está focada na intensificação das ações de prevenção da dengue dentro de casas e quintais. "Cerca de 90% dos focos do mosquito são encontrados nesses locais e por isso devemos ter atenção redobrada em nossas residências", explicou.
75% das pessoas contatadas ouviram a mensagem informativa até o final. "Como não é uma mensagem gravada, há uma interação com o cidadão. Muitas pessoas, inclusive, até queriam fazer denúncias sobre focos do mosquito em terrenos vizinhos", afirmou o superintendente.
A maioria das ligações foi efetuada para cidades da região de Maringá, que concentram um grande número de casos. A intenção é atingir municípios e bairros com altos índices de infestação e/ou incidência de casos da doença.
Fumacê
Outra medida de controle que está sendo desenvolvida é o combate ao mosquito adulto através da aplicação do fumacê. Somente neste ano, 24 cidades já receberam os veículos que aplicam o inseticida. A ação é um complemento ao trabalho de eliminação manual dos criadouros do mosquito, realizado pelas equipes municipais.
A pedido do comitê, a reunião desta terça também contou com a presença do professor Mário Navarro, da Universidade Federal do Paraná. Navarro é responsável pelo laboratório que monitora a resistência do Aedes aegypti aos inseticidas do fumacê e ressaltou os riscos do uso indiscriminado do produto químico.
Segundo ele, este trabalho de monitoramento é essencial para o sucesso das medidas de combate ao mosquito adulto. "A aplicação do fumacê faz uma seleção dos mosquitos mais resistentes. Por isso, é preciso acompanhar constantemente a eficácia desses inseticidas em cada cidade", afirmou. A proposta da Secretaria da Saúde é ampliar este monitoramento, formalizando uma parceria com a Universidade Federal do Paraná.
Mortes
Nesta terça-feira, a Secretaria Estadual da Saúde também confirmou que a dengue foi a principal causa da morte de mais dois paranaenses. O primeiro óbito diz respeito a uma criança de 4 anos, moradora de Maringá, que morreu no dia 30 de abril. Já a segunda morte confirmada foi de um homem de 71 anos, morador de Rolândia, que tinha problemas cardíacos e pulmonares.
Com as duas confirmações, sobe para cinco o número de mortes por dengue ocorridas no Paraná desde agosto de 2013.
Veja a lista com os 40 municípios em situação crítica para a dengue:
Marilena, Nova Londrina, Indianópolis, Cidade Gaúcha, Guaíra, Itaúna do Sul, Tamboara, Missal, Nossa Senhora das Graças, Alvorada do Sul, Guaporema, Presidente Castelo Branco, Maringá, Sarandi, Loanda, Diamante do Norte, Santo Antônio do Caiuá, Terra Boa, Ibiporã, Querência do Norte, Terra Roxa, Marialva, Porto Rico, Paiçandu, Alto Paraná, Cianorte, Moreira Sales, Cambé, Palotina, Nova Olímpia, Jataizinho, Rondon, Astorga, São Carlos do Ivaí, Tapira, Paranacity, Barbosa Ferraz, Ângulo, Londrina e Rolândia.