O suor é necessário porque regula a temperatura corporal, mas quando em excesso, pode se tornar um constrangimento. A hiperidrose é uma condição em que as glândulas sudoríparas são hiperfuncionantes, liberando uma quantidade exagerada de suor pelos poros. Pode ter causas diversas, como hereditariedade, fatores emocionais e hipertireoidismo; afeta homens e mulheres e é mais comum nas axilas, nas palmas das mãos e pés.
Um dos tratamentos pode parecer um pouco radical: a cirurgia torácica, em que um nervo é seccionado na área afetada, impedindo o estímulo da produção de suor. Mas, a notícia boa é que há uma alternativa um pouco mais simples, porém igualmente eficaz: a aplicação de botox.
No procedimento, a toxina botulínica é injetada, bloqueando a produção exagerada de suor, conforme explica o cirurgião plástico Dr. André Colaneri: "A toxina botulínica é liofilizada, sendo armazenada como um pó. Depois de diluída em soro fisiológico, é injetada por uma agulha muito fina, na pele da área que apresenta o suor excessivo".
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O procedimento é rápido e os efeitos duram de 5 a 8 meses, variando de paciente para paciente. "A toxina botulínica age bloqueando a liberação da acetilcolina na terminação nervosa que inerva a glândula. Sem esta liberação, a glândula não recebe a informação de que deve suar, logo, não sua", diz Colaneri. A injeção de botox não é considerada uma cirurgia, por isso pode ser realizada em consultório; o procedimento dura, em média, 15 minutos.
Segundo Dr. André Colaneri, a hiperidrose é mais comum após a puberdade, por isso não acomete crianças. "A toxina botulínica é muito bem estudada, sendo bastante seguro o seu uso. Há contraindicações em casos de gravidez, doenças neurológicas ou infecção e lesões nas áreas a serem aplicadas", finaliza o médico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.