A comunidade internacional tem uma oportunidade de reverter a epidemia global de doenças não comunicáveis e prevenir a morte de 16 milhões de pessoas que morrem, anualmente, de doenças do coração, pulmão, infartes, câncer e diabetes antes dos 70 anos, revelou nesta segunda-feira (19), a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante o lançamento do relatório "Estado Global de Doenças Não Comunicáveis 2014", a diretora da agência, Margaret Chan, anunciou que se forem investidos entre um e três dólares por pessoa ao ano, os países poderiam reduzir drasticamente os sintomas e mortes provocadas por doenças não comunicáveis.
De acordo com relatório, 16 milhões de vidas, ou 42% das 38 milhões de mortes prematuras, poderiam ser evitadas caso os governos aprovassem políticas para controlar o uso de tabaco, álcool e dietas pouco saudáveis, combatessem a inatividade física e fornecessem atenção médica universal.
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O documento destaca o exemplo do Brasil, onde a mortalidade por doenças não comunicáveis diminuiu 1,8% em contraste com a tendência global, com um aumento de 9,6% entre 2000 e 2012.
Apesar do sucesso brasileiro, a OMS pede uma ação mais expressiva para reduzir essa epidemia, principalmente nos países de baixa e média renda, onde as mortes por doenças não comunicáveis ultrapassaram as de doenças infecciosas. Esses falecimentos prematuros impactam especialmente os esforços dos países para aliviar a pobreza e alcançar os objetivos de desenvolvimento. De fato, entre 2011 e 2025, as perdas econômicas acumuladas por causas desses tipos de doenças nos países de baixa e média renda foram estimadas em 7 trilhões de dólares.
Como resultado, a agência da ONU listou nove pontos de ação voluntários que poderiam ajudar a reduzir essas mortes prematuras em 25% até 2025. Entre as sugestões para alcançar esse objetivo estão a redução da quantidade de sal na dieta, restrição e proibição de propaganda de bebidas alcoólicas, promoção de amamentação e substituição de gorduras polissaturas, entre outras medidas.