O governo brasileiro fechou a primeira Parceria Público Privada (PPP) na área de saúde com uma empresa multinacional. O acordo foi firmado hoje, em Londres, entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a GlaxoSmithKline (GSK), para o desenvolvimento de vacina contra a dengue.
Pelo contrato, será criado um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na Fiocruz, com investimentos de 70 milhões de euros. Cada parceiro financiará metade do valor. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a vacina deve ficar pronta em cerca de cinco anos.
Há 100 milhões de casos de dengue por ano no mundo, doença considerada hoje um problema mundial, com registros em países como Itália e Estados Unidos, devido ao aquecimento global. No Brasil, foram noticiados cerca de 387 mil casos de dengue no primeiro semestre deste ano.
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A PPP com a GSK é um desdobramento do acordo fechado anteriormente com a empresa, o qual prevê a transferência tecnológica para produção nacional da vacina pneumocócica, que protege contra a meningite bacteriana e pneumonia. Essa vacina, hoje só disponível no sistema privado, será incorporada ao calendário brasileiro de imunização em 2010. O investimento para produção e distribuição é de 1,5 bilhão de euros.
Gripe suína
Temporão também disse que o Brasil fará no início do próximo mês um pregão internacional para a compra de vacinas contra o vírus da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína. Já está definido que 18 milhões de doses serão produzidas no Instituto Butantã, em São Paulo, com investimento de R$ 250 milhões. Como o País precisa de 80 milhões de doses, o restante será adquirido no mercado internacional. No total, o Brasil vai investir R$ 1 bilhão em vacinas contra a nova gripe.
O ministro afirmou que o governo está liberando, por meio de medida provisória, R$ 2,1 bilhões para a compra de vacinas e medicamentos e para o tratamento de pacientes em estado grave. "Ninguém sabe como será a segunda onda (da gripe suína), e todos os países estão se preparando para algo mais sério." Temporão afirmou que trocou informações sobre o tema com o ministério da Saúde do Reino Unido, onde passou a semana em missão com representantes do setor no Brasil.
Segundo Temporão, ainda há questões a serem resolvidas sobre a vacinação. Não está definido, por exemplo, se é necessária uma ou duas doses para a imunização contra a Influenza A (H1N1). Também é preciso fechar os critérios para a campanha e escolher os grupos prioritários que receberão a vacina.