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Estudo revela

Brasil tem uma das maiores taxas de morte por infecção

Redação Bonde
11 set 2012 às 08:35

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Dia 13 de Setembro é o Dia Internacional da Sepse, conhecida por todos como infecção generalizada. Esse ano, o Brasil participará pela primeira vez da Campanha Mundial, encabeçada pela GSA (Global Sepsis Alliance). Em nosso país, as ações serão promovidas pelo ILAS (Instituto Latino-Americano de Sepse) e pela AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), com o apoio do Ministério da Saúde.

A sepse (infecção generalizada) mata por ano mais do que acidentes de carros. Os índices foram revelados em estudo desenvolvido pelo ILAS (Instituto Latino-Americano de Sepse), com sede no Brasil. Os dados brasileiros são realmente alarmantes ao serem comparados com as referências mundiais que são de 23,9% e 37,4%, morte por sepse e por choque séptico, respectivamente . Todos os anos, mais de 220 mil pessoas morrem da doença em nosso país, enquanto, por exemplo, acidentes de trânsito mataram, em 2011, cerca de 40 mil pessoas, segundo estatísticas disponíveis no Sistema de Informações.

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"Infelizmente, o Brasil tem uma das maiores mortalidades de sepse do mundo. Alguns estudos epidemiológicos mostraram que a mortalidade brasileira é maior do que a de países economicamente semelhantes, como a Índia e a Argentina", disse o Dr. Luciano Azevedo, médico intensivista e um dos coordenadores do Dia Mundial da Sepse, no Brasil.

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Os motivos desse trágico índice não são totalmente conhecidos. Acredita-se que uma das razões seja devido ao pouco conhecimento da população sobre a doença, o que faz com que os pacientes com sepse sejam admitidos para tratamento em fases mais avançadas da síndrome, quando o risco de óbito é maior.

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Além disso, os profissionais de saúde que atendem os pacientes sépticos, seja nos prontos-socorros, enfermarias ou UTIs, também têm dificuldades no reconhecimento rápido da doença e de suas disfunções orgânicas.


"O diagnóstico de sepse é feito de forma atrasada e as horas iniciais, importantíssimas para o tratamento com antibioticoterapia e reposição volêmica, são perdidas. Mas obviamente as características do sistema de saúde brasileiro também desempenham um papel, pois muitas vezes em virtude da superlotação dos hospitais, pacientes com sepse são atendidos na fase mais precoce de seu tratamento em locais onde a estrutura não é adequada para dar o suporte que eles precisam; quando esses pacientes são admitidos na UTI, as disfunções orgânicas já são preponderantes e a chance de sobrevida é bem menor", reforça o médico.

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O papel da população


A sepse é uma doença cujas características e sintomas são muito inespecíficas e cujo reconhecimento e internação precoces fazem toda a diferença no tratamento. É preciso aumentar o esclarecimento da população sobre as características da doença e sobre os sinais de gravidade da sepse que estão relacionados às disfunções orgânicas.

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"Dessa forma, pode-se fazer com que os pacientes acometidos por sepse procurem mais rapidamente os serviços de saúde, num momento em que as disfunções orgânicas ainda não estejam completamente estabelecidas, e isso pode fazer toda a diferença na sobrevida", esclarece o Dr. Luciano Azevedo.


Como a sepse pode ser diagnosticada

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Embora não existam sintomas específicos, todas as pessoas que estão passando por um quadro infeccioso e apresentam febre, aceleração do coração (taquicardia), respiração mais rápida (taquipneia) e pelo menos um dos sinais de gravidade, como pressão baixa, menor volume de urina, prostração ou confusão mental (principalmente idosos) devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou o médico.


O papel dos profissionais de saúde

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O profissionais de saúde têm dois grandes desafios: aumentar o conhecimento sobre a doença, pois alguns inquéritos prévios mostraram que os médicos brasileiros não conseguem identificar adequadamente as fases da sepse, nem os critérios de disfunção orgânica. É preciso salientar que o diagnóstico de sepse grave geralmente não é feito pelo médico intensivista e sim pelo médico que atende nos serviços de urgência, ou é chamado para avaliar pacientes internados nas enfermarias.


Outro aspecto diz respeito ao fato do Brasil ter taxas elevadas de infecções relacionadas à assistência de saúde, como pneumonias associadas à ventilação mecânica e infecções de cateter central.

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"Essas infecções podem responder por até 50% das sepses em UTIs. As taxas elevadas podem ser combatidas por medidas que devem ser realizadas por todos os profissionais de saúde, como lavagem de mãos, cuidados com higiene de cateteres e circuitos. Apesar dos profissionais de saúde saberem que essas medidas são importantes, elas são pouco implementadas", diz o Dr. Luciano.


O Dia Mundial da Sepse no Brasil


Com apoio do Ministério da Saúde, o ILAS e a AMIB mobilizarão cincos cidades brasileiras para o Dia Mundial da Sepse. A população de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre receberá o folheto explicativo "Pare a sepse, salve vidas". O material será distribuído em locais de grande circulação por profissionais de saúde que estarão à disposição do cidadão para esclarecimentos. "A conscientização da população para o problema, assim como dos profissionais de saúde, é fundamental para essa importante luta que é a diminuição dos casos de sepse no mundo", diz Dra. Flávia Machado, vice-presidente do ILAS.

Já para os profissionais de saúde foi elaborado um cartaz para ser fixado nos hospitais e um folheto especial, que será distribuído para a equipe. "Será um grande dia para todos os profissionais de saúde, principalmente para os que lidam com pacientes graves nas mais de 2.500 UTIs em nosso país", disse o Dr. José Mario Teles, presidente da AMIB.


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