Dia 9 de setembro é comemorado o dia nacional e Latino-Americano da Epilepsia e, aproveitando a data especial, a ABN (Academia Brasileira de Neurologia) lança campanha para conscientizar a sociedade e desmistificar informações erradas, mas comumente faladas sobre a Epilepsia, doença neurológica crônica, causada por diferentes origens.
As cidades de Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, Juiz de Fora, Cuiabá, Porto Alegre, Belém, Recife, Teresina, Brasília, Curitiba e Itaúna já confirmaram a realização de caminhadas, eventos em hospitais e faculdades, colocação de tendas, entre outras atividades que terão como objetivo alicerçar a população com informações importantes sobre a doença e como ajudar os pacientes que a têm.
"Vamos aproveitar todo o mês de setembro para oferecer à sociedade ações que tragam informações importantes a respeito da Epilepsia. É importante acabar com certos mitos que envolvem a doença e, além disso, mostrar, até mesmo para os próprios pacientes, que é possível, sim, ter uma vida normal mesmo tendo Epilepsia", pontua a dra. Adélia Henriques Souza, Coordenadora do Departamento Científico de Epilepsia da ABN e uma das médicas à frente da campanha.
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No dia 2 de setembro, às 15h, uma coletiva de imprensa online dará início à campanha (link para a coletiva - http://www.omnifarma.com.br/epilepsia/ ). Ela será destinada à mídia, mas também terá a participação da classe médica e público-leigo.
"Nosso desejo é solucionar as dúvidas frequentes sobre a doença, mas, além disso, acabar com o estigma da Epilepsia. Tirando a doença da sombra, os pacientes poderão ter mais qualidade de vida", conclui a dra. Adélia.
Epilepsia
A epilepsia é uma doença neurológica crônica, na qual ocorre uma predisposição persistente do cérebro para gerar crises epilépticas. A crise se dá devido a uma descarga elétrica excessiva de um grupo de neurônios localizado em dada região do cérebro.
Segundo a Dra. Adélia, as crises podem ser rápidas ou prolongadas, com ou sem alteração da consciência, com fenômeno motor, sensitivo ou sensorial, entre outras características.
"As crises em pessoas com epilepsia são classificadas em focais e generalizadas. As focais são aquelas que se originam de uma região limitada de um hemisfério cerebral. Já as generalizadas se originam em algum ponto do cérebro e rapidamente se distribuem atingindo os dois hemisférios do cérebro ao mesmo tempo".
Para que o diagnóstico clínico em epilepsia seja dado, são levados em conta os sintomas referidos pelo paciente e seus familiares. Após o diagnóstico, a realização do eletroencefalograma (EEG) define o tipo de crise e a ressonância magnética, em alguns casos, pode mostrar a causa da doença.
Na maioria das vezes, a causa das crises em pessoas com epilepsia não é determinada, pois tem origens genéticas. No entanto, em algumas situações, as crises podem advir de traumatismos cranianos, infecções e tumores do sistema nervoso central, distúrbios metabólicos, acidentes vasculares isquêmicos ou hemorrágicos, parasitoses, malformações do cérebro, uso de drogas ilícitas e abuso de álcool.
Ainda de acordo com a Dra. Adélia Souza, toda crise convulsiva é uma crise epilética, mas nem toda crise epiléptica é uma crise convulsiva. "Isso ocorre porque quando a crise na pessoa com epilepsia se apresenta clinicamente com sintoma motor (abalos musculares)", explica.
Durante uma crise, o ideal é colocar o paciente deitado com a cabeça de lado, para facilitar a saída de secreção e evitar aspiração. "Não deve ser introduzido qualquer objeto na boca, não se deve tentar interromper os movimentos dos membros nem oferecer nada por via oral", explica a especialista. "É preferível acionar o serviço de urgência ou telefone de algum familiar ou médico".
Vale ressaltar, também, que pessoas com epilepsia podem praticar esportes, mas que, no entanto, algumas atividades físicas são contraindicadas ou devem ser realizadas com supervisão de outra pessoa, como atividades radicais (paraquedismo, asa delta, alpinismo, mergulho e esportes motorizados, por exemplo).
"Com terapêutica correta e a adesão e disciplina por parte dos pacientes, o tratamento da pessoa com epilepsia será um sucesso. Dessa forma, é possível conviver com a epilepsia sem que haja interferência na qualidade de vida", conclui a dra. Adélia.