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Câncer de cabeça e pescoço é associado ao tabagismo e consumo excessivo de álcool

Agência Estado
03 jul 2019 às 16:29

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- Shutterstock
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Tabagismo e consumo de álcool ainda são os grandes responsáveis pelo alto índice de casos de cânceres na região da cabeça e do pescoço. De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), esse diagnóstico é registrado em três de cada dez tumores relacionados a hábitos evitáveis.

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo também traz números alarmantes: oito em cada dez diagnósticos têm a ver com o cigarro - a pessoa é ou já foi fumante. A pesquisa menciona ainda que o consumo de bebida alcoólica está presente em 50% dos casos positivos.

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Janaína Jabur, média oncologista da Aliança Instituto de Oncologia, explica que esse tipo de câncer engloba os tumores da cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe e, portanto, os sintomas vão depender do local acometido. "Normalmente, o paciente sente alguma área endurecida ou uma ferida persistente, dolorosa e sangrante que prejudica a fala e/ou a alimentação", destaca. Outros sintomas também chamam atenção, como dificuldade para engolir ou rouquidão persistente

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Números do Inca indicam surgimento de novos casos de cânceres nas regiões da cavidade oral (11,2 mil), esôfago (8,24 mil) e laringe (6,39 mil) - todos entre os dez mais frequentes entre homens.

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"Apesar de serem estruturas localizadas próximas umas das outras, são tumores com comportamentos inteiramente diferentes. Alguns são mais agressivos que outros", afirma a médica Juliana Ominelli, integrante da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico. Ela ressalta que a doença é mais frequente em pacientes com idade entre 50 e 60 anos.


O câncer de cabeça e pescoço afeta de duas a três vezes mais homens do que mulheres, mesmo quando relacionado ao vírus do papiloma humano (HPV), doença sexualmente transmissível.

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Ameaça do HPV


Outro fator de risco importante para câncer na região da cabeça e pescoço é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, o mesmo que causa câncer de colo de útero, canal anal, pênis, vagina e vulva e é transmitido por via sexual.

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Ominelli enfatiza que a infecção por HPV está associada, principalmente, ao câncer que surge na boca, frequente em pacientes mais jovens. "Já era sabido que o HPV estava relacionado a outros tumores, como câncer de colo uterino. Contudo, a associação dessa infecção ao câncer de cabeça e pescoço ficou mais evidente com a diminuição do tabagismo e aumento da doença em pacientes jovens. Afinal, historicamente, este tipo de câncer ocorria principalmente em homens com cerca de 60 anos".


Jabur recomenda o uso de preservativo durante as relações sexuais como forma de reduzir o risco de infecção por este vírus. "A vacinação contra o HPV para meninas e meninos, que é fornecida pelo Sistema Único de Saúde, também deve ser fomentada", pontua a oncologista.

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Tratamento e prevenção


A busca pela cura dos cânceres de cabeça e pescoço passa pela cirurgia ou radioterapia, dependendo da localização e do tamanho do tumor. A escolha do tratamento deve ser feita por uma equipe de médicos especialistas para definir a melhor opção e minimizar sequelas.


O diagnóstico precoce é essencial para que seja possível realizar um tratamento com boas chances de cura. O surgimento de lesões (nódulos, massas, machucados) em pessoas que já possuem fatores de risco deve ser sempre investigado.

Ter uma vida saudável e equilibrada diminui muitos problemas, desde o risco de câncer até ameaça de doenças do coração. Então, evitar o tabagismo e a ingestão de bebida alcoólica favorece diretamente a prevenção de câncer de cabeça e pescoço. Prevenção ainda é o melhor caminho.


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