O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou resolução em Diário Oficial nesta sexta-feira (19) que proíbe a prescrição de medicamentos ou terapias que supostamente retardem o envelhecimento. O Brasil, deste modo, passa a ser o primeiro país do mundo a proibir essas práticas antienvelhecimento.
Com a resolução, os médicos ficam proibidos de realizar qualquer prescrição de vitaminas antioxidantes, procraínas, ácido etilenodiaminatetraacetico (EDTA) e hormônios biodênticos, todos que, supostamente, ajudariam a evitar os efeitos da idade.
A prática, ainda de acordo com o CFM, vai contra resolução do Conselho de Ética Médica, que proíbe medidas que não tenham comprovação científica. O médico que, mesmo com essa norma do CFM, prescrever tratamentos antienvelhecimento, pode receber uma advertência ou até mesmo ter o registro de CRM cassado e ficar impedido de exercer a profissão.
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Malefícios – de acordo com o médico Rubens de Fraga Junior, membro do Conselho Federal de Medicina e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), somente a mudança de hábitos pode aumentar o tempo de vida de uma pessoa. "O aumento de longevidade observado não se deve ao uso de hormônios e vitaminas, mas à mudança em alguns hábitos, como alimentação e práticas de atividades físicas".
Fraga alerta que essa prática, ao invés de retardar o envelhecimento, pode causar danos ao organismo. Ele cita a prescrição de hormônios de crescimento para exemplificar os malefícios. "Se você repuser hormônios de crescimento [sem necessidade], pode ocorrer aumento de glicemia, aumento de pressão arterial e maior incidência de neoplasias [tumores, benignos ou malignos]".
O Conselho Federal de Medicina esclarecem, entretanto, que a prescrição de medicamentos que ficam proibidos para práticas com o objetivo de conter o envelhecimento pode ser feita se for comprovado com exames laboratoriais que a pessoa a ser tratada sofre de falta de algum tipo de hormônio.