Cientistas criaram pela primeira vez células hepáticas humanas a partir de células cutâneas reprogramadas, abrindo caminho para o possível desenvolvimento de novos tratamentos para doenças do fígado, que matam milhares de pessoas por ano.
Cientistas da Universidade de Cambridge divulgaram os resultados na quarta-feira na revista Journal of Clinical Investigation, e relataram também que conseguiram evitar as polêmicas éticas e políticas em torno das pesquisas com células-tronco embrionárias.
"Esta tecnologia contorna a necessidade de usar embriões humanos", disse Tamir Rashid, do laboratório de medicina regenerativa de Cambridge, coordenador do estudo. "As células que criamos eram tão boas quanto se estivéssemos usando células-tronco embrionárias."
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As células-tronco são uma espécie de "manual de instruções" do organismo, capazes de dar origem a qualquer tipo de tecido, o que pode no futuro levar à cura de diversas lesões e doenças degenerativas.
As células-tronco retiradas de embriões são consideradas mais maleáveis e poderosas, mas muitos se opõem às pesquisas com esse material por causa da necessidade de destruir os embriões.
Nesta semana, um juiz federal dos EUA concedeu liminar proibindo o uso de verbas públicas em pesquisas com células-tronco embrionárias.
As doenças hepáticas são a quinta principal causa de mortes nas nações desenvolvidas. Só nos EUA, são cerca de 25 mil óbitos anuais, e na Grã-Bretanha pesquisadores afirmam que a incidência entre jovens e pessoas de meia idade aumenta 8 a 10 por cento ao ano (com agência Reuters).