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Descoberta

Compulsão pode estar perto de uma cura

Agência FAPESP
14 dez 2010 às 12:24

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- Reprodução
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Uma nova descoberta sobre o papel do neurotransmissor dopamina no sistema de recompensa do cérebro poderá ajudar a compreender melhor os problemas de compulsão associados a dependência e a diversos distúrbios psiquiátricos.

O estudo, feito por cientistas das universidades de Michigan e de Washington, nos Estados Unidos, concluiu que, ao contrário do que se estimava, diferenças nos tipos de resposta a estímulos ambientais entre indivíduos podem influenciar padrões químicos no cérebro relacionados à recompensa.

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Segundo os pesquisadores, a maior compreensão dessas diferenças poderá levar ao desenvolvimento de novos tratamentos e de formas de prevenção para o comportamento compulsivo. Os resultados da pesquisa foram publicados no site da Nature e sairão em breve na edição impressa da revista.

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"Conseguimos responder a uma antiga dúvida sobre qual é o papel da dopamina no sistema de recompensa", disse Shelly Flagel, da Universidade de Michigan, primeira autora do artigo.

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Os cientistas usaram uma variação de um experimento clássico, no qual um rato aprende a associar uma alavanca com a obtenção de uma recompensa, no caso, comida. No novo estudo, os animais não precisavam pressionar a alavanca, uma vez que os cientistas estavam testando a importância do mecanismo como sinal do surgimento de comida.


O que não se sabia era se dopamina liberada no cérebro dos ratos estava relacionada à alavanca como previsão do surgimento de comida ou se a liberação do transmissor já se daria apenas pela visão da alavanca.

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A resposta, segundo o estudo, depende do tipo de rato em questão, ou do tipo de indivíduo. "Algumas pessoas veem um cartaz de uma sorveteria e para elas é apenas isso: um simples sinal de que há uma sorveteria por perto. Mas outras têm uma reação forte ao sinal, uma associação tão intensa com os sorvetes que os leva a até mesmo sentir o gosto e, frequentemente, a entrar e consumir o produto", disse Shelly.


Os pesquisadores estudaram ratos que foram procriados seletivamente para que tivessem certos traços comportamentais, entre os quais diferentes tendências para drogas aditivas. O grupo inclinado para as drogas direcionou mais a atenção para a alavanca, enquanto que os demais se importaram mais com o local em que a comida aparecia.

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Os cientistas mediram as respostas à dopamina no cérebro dos ratos à medida que variavam em frações de segundo. A análise mostrou que o grupo orientado ao uso de drogas teve um "salto de felicidade" apenas com a visão da alavanca, o que não ocorreu com os demais. Além disso, nesse grupo, o desejo pela alavanca continuou mesmo após a recompensa ter sido removida.


"O estudo ajuda a entender como, em algumas situações, a dopamina amplifica as mensagens do mundo à nossa volta, assumindo um papel importante no controle de comportamentos", disse Huda Akil, outro autor do estudo.

O artigo A selective role for dopamine in stimulus-reward learning (doi:10.1038/nature09588), de Shelly B. Flagel e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.


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