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Pesquisa brasileira!

Congelar células do sangue pode alterar resultados em estudos sobre lúpus

Redação Bonde / Fapesp
22 jun 2015 às 13:21

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- Reprodução
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Congelar amostras de células do sangue de voluntários para análises futuras é uma prática comum na pesquisa clínica, mas pode enviesar os resultados nos estudos com portadores de lúpus, segundo experimento feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ao comparar amostras sanguíneas frescas e congeladas de pacientes acometidos por essa doença autoimune, os pesquisadores observaram diferenças nas taxas de proliferação de algumas das células do sistema imunológico: os linfócitos TCD4.

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"Dados da literatura científica sugerem que os linfócitos de portadores de lúpus são mais frágeis e apresentam maior tendência à apoptose [morte celular programada]. Nossa hipótese é que as células mais fracas morreram durante o processo de criopreservação e isso criou um viés de seleção positiva. Apenas as mais fortes estavam se proliferando após o descongelamento e, por esse motivo, a taxa foi superior à das amostras frescas", disse Luis Eduardo Coelho Andrade, chefe do Laboratório de Imuno-Reumatologia da Unifesp.

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Com apoio da FAPESP, Andrade coordena um projeto cujo objetivo é entender o funcionamento dos linfócitos TCD4 – particularmente os subtipos Th1, Th2, Th17 e T reguladores (Treg) – em pacientes com lúpus.

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A doença não tem causa conhecida e é caracterizada pelo ataque do sistema imunológico a tecidos saudáveis do corpo. Os alvos mais comuns são pele, articulações, rins e cérebro, mas outros órgãos também podem ser acometidos.


"Existem protocolos para congelar e descongelar as amostras sanguíneas bem lentamente, de forma a não danificá-las. Mas, por maior que seja o cuidado, a célula é cheia de água e formam-se cristais de gelo dentro dela. Algumas funções podem ser alteradas e queríamos ver o efeito da criopreservação sobre as células Th1, Th2, Th17 e Treg", contou Andrade.

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Amostras de sangue foram retiradas de 20 portadores de lúpus e 18 voluntários sadios pareados por sexo e idade. Parte das amostras de cada grupo foi congelada e as demais imediatamente usadas em ensaios de proliferação celular e observação de apoptose.


"A criopreservação fez aumentar a taxa de apoptose tanto nos linfócitos de voluntários sadios quanto nos de pacientes com lúpus. Mas o aumento da apoptose foi muito mais evidente nas células dos lúpicos", afirmou Andrade.

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Curiosamente, o congelamento fez aumentar a taxa de proliferação nos linfócitos Th2, Th17 e Treg dos portadores de lúpus. Já as taxas de proliferação das células Th1 congeladas estavam iguais às das amostras frescas. Nas culturas com células de voluntários sadios, a taxa de proliferação aumentou com o congelamento apenas no caso dos linfócitos Th1.


"Acreditamos que as células T sabidamente mais frágeis no paciente com lúpus tenham morrido durante o congelamento e restaram apenas as mais fortes nas amostras ao serem descongeladas. Já nas amostras frescas havia tanto as células mais viáveis quanto as degeneradas, que não conseguem se proliferar", disse Andrade.

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Os resultados – que deverão ser publicados em breve na revista Cryobiology – indicam que a criopreservação tem um impacto significativo nos resultados e afeta diferentemente as células de pessoas com e sem lúpus.


"Isso explica parte da controvérsia existente na literatura relacionada a estudos funcionais com células de portadores de lúpus. Sabemos que parte dos trabalhos foi feita com amostras de sangue frescas e, os demais, com amostras congeladas", avaliou o pesquisador.


Para ele, nas pesquisas sobre lúpus, não seria recomendado usar amostras criopreservadas. "Pode até ser que em um determinado experimento esse viés de seleção positiva seja desejado, mas é preciso ter consciência desse fator na hora de desenhar o estudo", disse.

Mais informações acesse o link.



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