Com a aproximação das festas de fim de ano e do verão, cresce a tentação em sucumbir a dietas radicais para perder peso. Mas muitas das dietas "da moda", ainda que endossadas e praticadas por celebridades, são pouco recomendadas por especialistas.
A Associação Dietética Britânica (BDA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira a lista (compilada anualmente) das cinco que considera as dietas mais "suspeitas", a serem evitadas pelas pessoas:
1) Dieta Dukan
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A dieta é baseada no consumo de proteínas e divide-se em quatro fases - a primeira prometendo "resultados imediatos" e as seguintes reforçando e consolidando a perda de peso.
Mas, segundo a BDA, "há pouca ciência por trás" da dieta. "Ela funciona com a restrição de alimentos, calorias e controle de porções. Cortar grupos alimentares não é aconselhável. A dieta é tão confusa, rígida e consome tanto tempo que, em nossa opinião, é muito difícil de ser sustentada".
A associação agrega que o próprio autor da dieta, Pierre Dukan, "adverte sobre problemas colaterais como falta de energia, constipação e mau hálito".
2) Dieta Congênita de Nutrição Enteral (KEN)
Também apontada como uma "dieta de celebridades", a dieta KEN consiste em não comer nada.
"Em vez disso, durante dez dias de um ciclo, uma fórmula líquida é liberada diretamente no estômago, por meio de um tubo de plástico que chega até o nariz do paciente", explica a associação.
A BDA diz, porém, que tubos naso-gástricos foram na verdade criados para pessoas com doenças crônicas e critica seu uso para emagrecimento. E ressalta um efeito colateral sério: os seguidores dessa dieta provavelmente terão que tomar laxativos, já que não vão estão ingerindo fibras.
3) Dieta intravenosa, ou "Party Girl IV Drip"
Bolsas de soro são usadas em hospitais para alimentar e medicar pacientes em hospitais. Mas esse método é usado em uma dieta em que paga-se caro para receber, de forma intravenosa, uma solução que costuma incluir vitaminas, magnésio e cálcio.
Mas, argumenta a BDA, "há poucas provas de que isso funciona". Além disso, os efeitos colaterais podem incluir tontura, infecções, inflamação de veias e, em último caso, choque anafilático.
Se é para ingerir nutrientes, a organização sugere que isso ocorra pela via "tradicional": pela ingestão de alimentos e bebidas saudáveis.
4) Dieta da "Alcorexia"
É apontada como uma dieta comumente praticada por top models e celebridades, por consistir em ingerir pouquíssimas calorias durante o dia para "guardar" espaço para ingerir grandes quantidades de álcool.
A dieta é chamada de "loucura" pela BDA, por não fornecer as quantidades adequadas de calorias, vitaminas e nutrientes necessários para "sobreviver e funcionar".
"Você se sentirá cansado, fraco, sem energia e facilmente irritável", adverte a associação. "Evitar comida para dar lugar ao álcool é absolutamente estúpido e pode facilmente resultar em coma alcoólico ou mesmo em morte."
5) A dieta do livro 6 Weeks to OMG
O título do livro de Venice Fulton pode ser traduzido como "Seis semanas para que você diga 'Oh meu Deus'". O adendo promete: "Fique mais magro que todos os seus amigos".
A dieta, explica a BDA, sugere exercícios físicos cedo pela manhã (depois de uma dose de café preto), seguidos de um banho frio para estimular o corpo a queimar gordura acumulada. Café da manhã, só mais tarde, às 10h.
O autor argumenta que "algumas frutas bloqueiam a perda de gordura", rejeita pequenas refeições ao longo do dia e defende as proteínas.
Mas a BDA diz que ninguém terá "o tempo e a energia de seguir essa dieta" e critica o livro por "selecionar pesquisas em vez de (oferecer) uma visão equilibrada de como a rotina de muitas pessoas não consegue acomodar" os mandamentos do autor. Também defende a inclusão de um "café da manhã" saudável e se opõe ao caráter "competitivo" da dieta, alegando que ele estimula o "comportamento extremo".