Pesquisa divulgada recentemente pela organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 3 milhões de pessoas morreram em decorrência do consumo de álcool em 2012. Segundo estudo publicado pelo periódico Alcohol and Alcoholism, mulheres que fazem o consumo de uma dose de bebida alcoólica por dia aumentam o risco de câncer de mama em 5%. Já as que bebem três ou mais doses por dia, incrementam o risco de contraírem a doença em 50%.
Para o mastologista e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, Clécio Lucena, pesquisas já demonstraram que o álcool está associado aos cânceres considerados receptores positivos de estrogênio que necessitam do hormônio para crescer. O câncer de mama é um dos cânceres sensíveis a essas substâncias. Outro mecanismo é a genotoxicidade relacionada ao álcool, responsável por afetar a integridade normal do material genético das células mamárias. "A característica antioxidante, presentes no vinho, por exemplo, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Esse impacto positivo, especificamente para essa bebida, ocorre se forem consumidas doses leves a moderadas", pontua.
O mastologista ressalta que o efeito do álcool na saúde pode ser ainda maior quando o consumo é realizado por pacientes que já passaram pelo tratamento de câncer de mama. "A mulher submetida ao tratamento que faz o consumo de álcool regularmente e, sobretudo, de maneira excessiva tem maior potencial para ter recorrência da doença tratada. Nesse caso, o câncer pode voltar ainda mais agressivo e levar ao óbito. Isso acontece porque conta do efeito hormonal associado à bebida alcoólica", explica Lucena.
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Além disso é importante ressaltar que o risco de câncer de mama associado ao álcool está diretamente relacionado à dose diária ingerida, bem como a duração do seu uso. "A ingesta de álcool deve ser sempre alertada. Desta forma, medidas de combate ao alcoolismo regular e intensivo podem contribuir de maneira efetiva para reduzir a incidência do câncer de mama", analisa o especialista.