Com o objetivo de discutir situações novas e controversas, onde ainda não há consenso para a indicação de vacinas em situações especiais, médicos de todo Brasil estarão reunidos no próximo dia 7 de agosto para a realização do evento Controvérsias em Imunizações na cidade de Curitiba, no Paraná. Os especialistas aceitaram participar do debate a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm.
"Este é um evento anual que representa uma grande oportunidade de discutir questões extraordinárias, que implicam em tomadas de decisão visando à proteção do paciente, mas que estão além do que é determinado como padrão. A partir das conclusões dos especialistas, poderemos sugerir orientações para médicos de todo o país", afirma Renato Kfouri, presidente da SBIm Nacional.
Entre os temas controversos estão a real necessidade de uma dose de reforço da vacina febre amarela a cada 10 anos; a indicação de vacina poliomielite para adultos; a quantidade de doses recomendadas da hepatite A (se somente uma) ou da varicela (se uma ou duas doses); bem como os tabus que envolvem a vacinação para gestantes; os esquemas ideais de vacinação para prevenir a doença pneumocócica em adultos e a doença meningocócica em crianças e adolescentes.
Leia mais:
Pimenta diz não ver necessidade por ora de afastamento de Lula da Presidência após cirurgia
Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
O evento também discutirá se são possíveis esquemas reduzidos de vacinação do HPV já que o Ministério da Saúde aprovou recentemente a vacina na rede pública para meninas de 10 a 11 anos e uma eventual redução do número de doses diminuirá custos e facilitará a adesão ao programa de vacinação.
Vacina da varicela: uma ou duas doses?
A quantidade de doses necessárias para a prevenção da catapora (varicela) é um ponto polêmico que será debatido no evento pela médica Isabella Ballalai, presidente da SBIm Rio de Janeiro e da Comissão de Revisão de Calendários e Consensos da SBIm Nacional. A indicação atual é que a vacinação tenha início aos 12-15 meses de vida, para evitar a interferência de anticorpos maternos na resposta vacinal da criança. Neste caso, a segunda dose ocorre, segundo os novos calendários da Sociedade, no segundo ano de vida. É considerada protegida a criança que tenha duas doses da vacina após 1 ano de idade.
A recomendação do calendário de vacinação é que em situação de risco – por exemplo, surto de catapora ou exposição a pessoas infectadas – a primeira dose pode ser aplicada a partir de 9 meses de idade, ou seja, antecipada. Nesses casos, a aplicação de mais duas doses após a idade de 1 ano ainda será necessária. Além dessa situação, se necessário, a segunda dose também pode ser antecipada, obedecendo ao intervalo mínimo de três meses entre as doses.
"Se já está definida a importância da dose de reforço e se há recomendações de antecipar caso seja necessário, por que não recomendá-la mais precocemente?", questiona Isabella. O que motiva o debate é a possibilidade da ocorrência da doença em crianças já vacinadas com uma única dose e a comprovação de que a dose de reforço pode conferir proteção de até 100%.
HPV: prevenção sem preconceito
Sexo ainda é tabu, mas a saúde não pode pagar o preço e o risco de diversos tipos de câncer nos jovens que iniciam suas vidas sexuais cada vez mais cedo. Ainda que os pais salientem a pouca idade dos filhos, prevenir o HPV é importante. Com o anuncio do Ministério da Saúde de introduzir a vacina na rede pública, Mônica Levi, presidente da SBIm São Paulo, lembra que "quanto mais cedo ocorrer a vacinação, menor será o risco de infecção pelos vírus que causa a doença". A médica levará o assunto para o debate do Controvérsias em Imunizações, com os estudos que apontam o melhor esquema vacinal possível para garantir a prevenção.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que, por ano, o câncer de colo do útero faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. O instituto fez uma estimativa para 2012, quando foram previstos 17.540 casos novos desse tipo de tumor no Brasil, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres. Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes, sendo que cerca de 40 deles podem infectar o trato ano-genital.
Serviço:
SBIm - Controvérsias em Imunizações
Data: 07/08/2013
Local: Associação Médica do Paraná – Rua Cândido Xavier, 575 – Curitiba – PR
Horário: 8h às 17h
http://www.sbim.org.br/eventos/controversias-em-imunizacoes-2013/
http://www.fernandapresteseventos.com.br/controversias_folder02.pdf